"Em Rafah, retirámos um milhão de habitantes que não estavam envolvidos e, apesar de todos os nossos esforços, ontem [domingo] ocorreu um incidente trágico. Estamos a investigar o que aconteceu e vamos tirar conclusões", disse Netanyahu ao parlamento israelita (Knesset), numa audiência com famílias dos cerca de 130 reféns detidos na Faixa de Gaza, que exigem um acordo imediato para a sua libertação.
"Desde dezembro até agora, recebi cinco pedidos da equipa de negociação [no âmbito das conversações de paz] para prolongar o seu mandato e aprovei cada um deles", disse Netanyahu às famílias.
O gabinete do primeiro-ministro anunciou na semana passada que tinha autorizado a equipa de negociação a retomar as conversações no Cairo, o que deverá acontecer na terça-feira, embora a direção do grupo islamita Hamas insista que não é possível qualquer acordo enquanto Israel não concordar em pôr fim à guerra, o que Netanyahu rejeita.
"[Yahya] Sinwar [líder do Hamas em Gaza e apontado como o cérebro dos ataques de 07 de outubro de 2023] é o único obstáculo", disse o primeiro-ministro israelita.
No domingo, um ataque aéreo israelita provocou um incêndio num campo de deslocados no sul da Faixa de Gaza, causando, segundo as autoridades palestinianas, pelo menos cerca de 50 mortos -- perto de metade dos quais mulheres, crianças e idosos - e 249 feridos.
A União Europeia (UE), as Nações Unidas e vários países condenaram o ataque.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 36.000 mortos, segundo o Hamas, que governa o pequeno enclave palestiniano desde 2007.
Rafah, na fronteira com o Egito, é o principal ponto de passagem da ajuda humanitária para Gaza e onde se refugiaram mais de um milhão de deslocados palestinianos oriundos de outras zonas do território.
Apesar dos apelos internacionais, Israel mantém a ação militar em Rafah, onde diz que estão as últimas unidades ativas do grupo extremista palestiniano Hamas.
[Notícia atualizada às 18h03]
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