Rússia promete responder a restrições da Polónia a diplomatas russos
A Rússia prometeu hoje tomar medidas de retaliação contra a Polónia por ter decidido impor restrições de circulação aos diplomatas russos no país, alegando o envolvimento de Moscovo em guerra híbrida.
© Getty Images
Mundo Rússia
"Tomaremos medidas de retaliação para que os dirigentes polacos, dominados pela russofobia, lamentem profundamente as próximas medidas antirrussas", declarou a porta-voz da diplomacia da Rússia, Maria Zakharova, citada pela agência francesa AFP.
O ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radoslaw Sikorski, anunciou hoje em Bruxelas que a Polónia vai impor restrições de circulação no país a diplomatas russos, à exceção do embaixador da Rússia.
Sikorski justificou a medida com o "envolvimento do Estado russo numa guerra híbrida contra a União Europeia (UE), incluindo a Polónia".
Zakharova disse que Moscovo desconhece ainda os pormenores da decisão de Varsóvia.
"Foi anunciada uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros polaco com pormenores sobre a decisão tomada. Quando a recebermos, estudá-la-emos e tomaremos medidas de retaliação", disse a diplomata à agência russa TASS.
Quando a decisão entrar em vigor, os funcionários da embaixada da Rússia em Varsóvia não poderão sair da subdivisão administrativa da Mazóvia, onde se situa a capital polaca.
Os funcionários dos consulados só poderão deslocar-se dentro das respetivas regiões, disse Sikorski em Bruxelas, onde decorreu uma reunião dos chefes da diplomacia da UE.
Sikorski afirmou que existem provas de que o Estado russo está envolvido na preparação de atos de sabotagem numa campanha à escala da UE.
"Na Polónia, um homem já foi detido por quase ter levado a cabo um ataque de sabotagem e já existem outros suspeitos. Esperamos que a Federação Russa entenda isto como um sinal de alerta muito sério", disse.
Sikorski aludiu também a um recente aumento do número de chegadas de migrantes e requerentes de asilo à fronteira polaco-bielorrussa, que Varsóvia descreve como um ato de "guerra híbrida" por parte da Bielorrússia, aliada de Moscovo.
No final de abril, a França, a Alemanha e a Polónia apelaram para medidas mais fortes contra as operações de desinformação russas na UE.
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