Netanyahu agradece a Nikki Haley apoio para sancionar TPI

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, agradeceu hoje à republicana Nikki Haley o apoio à proposta de alguns congressistas norte-americanos de sancionar o Tribunal Penal Internacional (TPI), cujo procurador solicitou na semana passada um mandado para o deter.

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Lusa
29/05/2024 20:40 ‧ 29/05/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Penso que é importante enviar uma mensagem ao TPI de que as sociedades livres manterão o direito e a capacidade de defender-se", declarou Netanyahu numa reunião com a antiga embaixadora dos Estados Unidos na ONU e ex-aspirante a candidata presidencial pelo Partido Republicano, de visita a Israel para mostrar o seu apoio ao país na guerra que trava há quase oito meses contra o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.

Netanyahu disse sentir-se "desiludido" com a aparente recusa da Casa Branca em apoiar as iniciativas contra o TPI sugeridas por alguns membros do Congresso, depois de um dos porta-vozes do Governo norte-americano, John Kirby, ter afirmado na terça-feira que o executivo não considerava serem a melhor resposta ao anúncio do procurador daquele tribunal, Karim Khan.

"Israel está a combater os inimigos dos Estados Unidos, e digo-lhe a si e a todos em Israel: ignorai o ruído de fundo, sabeis qual é a vossa missão", sustentou, por seu lado, a política Republicana.

Haley, que se retirou há alguns meses da corrida à nomeação Republicana para as eleições presidenciais de novembro próximo (deixando Trump como único candidato conservador), esteve hoje na fronteira com o Líbano, onde escreveu à mão a mensagem "Acabem com eles! Os Estados Unidos amam Israel. Sempre vossa, Nikki Haley", num dos obuses israelitas prontos a serem disparados.

Durante a sua visita, a política norte-americana também se encontrou com o Presidente israelita, Isaac Herzog, e com o ministro da Defesa, Yoav Gallant, para os quais o Procurador-Geral do TPI também solicitou mandados de captura.

Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o movimento islamita palestiniano Hamas depois de este, horas antes, ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.189 pessoas, na maioria civis.

O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) - desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel - fez também 252 reféns, 121 dos quais permanecem em cativeiro e 37 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.

A guerra, que hoje entrou no 236.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 36.100 mortos, 81.400 feridos e cerca de 10.000 desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Leia Também: Hutis reivindicam abate de 'drone' dos EUA, o sexto desde novembro

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