"A justiça não pode estar sempre ausente e a solução de dois Estados não pode ser arbitrariamente contornada", disse Xi, que defende a coexistência pacífica de Israel e da Palestina.
Num discurso no Fórum de Cooperação China-Estados Árabes, em Pequim, , citado pela agência espanhola Europa Press, Xi prometeu 500 milhões de yuan (63,8 milhões de euros, ao câmbio atual) de ajuda humanitária a Gaza.
Prometeu também doar três milhões de dólares (2,7 milhões de euros) à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA).
A agência, criticada pelas autoridades israelitas, presta assistência e socorro aos refugiados da guerra entre Israel e o Hamas.
A China há muito que apoia os palestinianos e denuncia Israel pelos colonatos nos territórios ocupados, embora mantenha laços económicos crescentes com o Estado israelita.
Pequim não criticou o ataque do Hamas de 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e desencadeou a atual guerra, considerado como um ato de terrorismo pelos Estados Unidos e outros países.
Xi defendeu o reforço das relações bilaterais com os países árabes, porque a guerra "não pode durar indefinidamente".
"O Médio Oriente tem grandes perspetivas de desenvolvimento", afirmou o Presidente da República Popular China aos líderes da Tunísia, Egito, Bahrein e Emirados Árabes Unidos (EAU) presentes no fórum.
Disse também que a China vai impulsionar a cooperação estratégica com os países árabes em domínios como o da energia e apelou para a celebração de acordos regionais de comércio livre.
"Estamos dispostos a construir estas relações de forma a manter a paz e a estabilidade a nível global", afirmou, segundo a agência noticiosa chinesa Xinhua.
Xi anunciou também que a China vai acolher a segunda cimeira China-Árabe, que descreveu como uma "pedra angular" das relações bilaterais, em 2026.
Participam no fórum os líderes do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, dos EAU, Mohamed bin Zayed al Nahyan, do Bahrein, Hamad bin Salman Al Khalifa, e da Tunísia, Kais Saied.
O Presidente egípcio, que discursou na cerimónia de abertura, elogiou a China por apoiar um cessar-fogo imediato em Gaza e a criação de um Estado palestiniano independente.
"Apelo a todos os atores ativos da comunidade internacional para que assumam as suas responsabilidades morais e legais para pôr termo à ultrajante guerra israelita", afirmou al-Sissi, citado pela agência norte-americana AP.
Pediu também "medidas imediatas e decisivas" para a entrega de ajuda humanitária em Gaza, "a fim de romper o cerco israelita e contrariar quaisquer tentativas de deslocar à força os palestinianos das suas terras".
A ofensiva israelita em curso na Faixa de Gaza já causou mais de 36.000 mortos, segundo o governo do Hamas, que controla o enclave palestiniano desde 2007.
Leia Também: Xi Jinping pede que guerra em Gaza "não continue indefinidamente"