Stoltenberg pede a Aliados que revejam restrições de armamento

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, pediu hoje aos Aliados que revejam as restrições colocadas ao armamento ocidental usado pela Ucrânia em território russo, sugerindo que as limitações poderiam ser "reconsideradas" dada a evolução da guerra.

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© SIMON WOHLFAHRT/AFP via Getty Images

Lusa
30/05/2024 14:55 ‧ 30/05/2024 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Temos de reconhecer que os Aliados estão a prestar muitos tipos diferentes de apoio militar à Ucrânia. Alguns deles impuseram restrições à utilização dessas armas, outros não impuseram quaisquer restrições às armas que forneceram à Ucrânia, estas são decisões nacionais, mas penso que, à luz da forma como esta guerra evoluiu face ao início, quando quase todos os combates tiveram lugar em território ucraniano, [...] creio que chegou a altura de reconsiderar algumas destas restrições", declarou o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

Intervindo numa conferência sobre os 75 anos da NATO, que antecede a reunião informal dos chefes da diplomacia da Aliança Atlântica na cidade checa de Praga, Jens Stoltenberg lembrou que, dois anos após a invasão russa da Ucrânia, "a maior parte dos combates pesados tem tido lugar ao longo da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia", com a linha da frente a ser "o lado russo da fronteira".

O responsável frisou que a reavaliação sobre este alívio de restrições deveria acontecer para "permitir que os ucranianos se defendam efetivamente".

"É preciso lembrar que se trata de uma guerra, de uma agressão lançada por opção de Moscovo contra a Ucrânia", vincou.

Antes, em conferência de imprensa ao lado do primeiro-ministro checo, Jens Stoltenberg disse que esta reunião informal dos chefes de diplomacia da NATO em Praga é "um momento importante para continuar a preparar a próxima cimeira em Washington, quando os dirigentes se reunirem em julho para tomarem novas medidas para investir na segurança, reforçar os laços com os parceiros e aumentar o apoio à Ucrânia".

"A Ucrânia continua a lutar corajosamente, mas os desafios que enfrenta são maiores e crescentes. A Ucrânia ainda pode vencer, mas apenas com o apoio sólido e continuado dos Aliados, por isso, na cimeira de julho, tencionamos reforçar o nosso apoio, nomeadamente através de um papel importante da NATO na coordenação da assistência e formação em matéria de segurança, bem como de um compromisso financeiro plurianual", disse ainda o responsável da Aliança Atlântica.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO reúnem-se hoje e sexta-feira de maneira informal em Praga para preparar a cimeira de julho, com a discussão a ser dominada pelas limitações impostas ao uso de armamento ocidental pela Ucrânia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, participa na reunião, assim como o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

O caráter informal do encontro impossibilita quaisquer decisões e a reunião tem como enfoque preparar a cimeira da NATO de julho, em Washington.

Na última semana, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um apelo para que o país possa utilizar armamento disponibilizado pelo Ocidente para atingir posições militares no território russo.

A questão está longe de ser consensual e há vários países do bloco político-militar que querem continuar a limitar a utilização do armamento ocidental à defesa ucraniana no seu próprio território.

Ataques ao território russo com armamento fornecido pelo Ocidente poderiam ser interpretados pelo Kremlin como um envolvimento direto no conflito e levar a uma escalada.

Leia Também: Rússia acusa NATO de "provocar Ucrânia" para prolongar a guerra

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