O dia em que Trump se tornou o 1.º ex-presidente dos EUA condenado

O candidato republicano tornou-se no primeiro antigo presidente dos Estados Unidos a ser considerado culpado de cometer um crime.

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Notícias ao Minuto
31/05/2024 08:33 ‧ 31/05/2024 por Notícias ao Minuto

Mundo

Donald Trump

Donald Trump, que liderou o governo dos Estados Unidos entre 2017 e 2021, foi considerado culpado em 34 acusações de falsificação de documentos, num caso em que é acusado de ter pagado a uma atriz pornográfica para esconder um escândalo sexual.

Tornou-se, assim, no primeiro antigo presidente dos EUA a ser considerado culpado de cometer um crime. A sentença oficial, por sua vez, será lida a 11 de julho, apenas quatro dias antes de os Republicanos o elegerem oficialmente como o candidato presidencial do partido, na convenção que acontece entre 15 e 18 de julho, em Milwaukee.

"O verdadeiro veredito será dado a 5 de novembro, pelo povo. Eles sabem o que aconteceu aqui. Toda a gente sabe o que aconteceu aqui. Este foi um julgamento fraudulento e vergonhoso. Sou um homem muito inocente", declarou Trump à saída do tribunal em Nova Iorque.

Já o seu advogado, Todd Blanche, referiu à CNN internacional que a equipa legal de Trump pretende recorrer da sentença. "Vamos recorrer o mais rápido possível. Em Nova Iorque, o procedimento diz: Conhece-se a pena, depois recorremos", defendeu.

Da Casa Branca, a reação do atual presidente dos EUA, Joe Biden, foi mais sóbria, afirmando apenas que "ninguém está acima da lei" e que a derradeira decisão será feita no boletim de voto, a 5 de novembro deste ano.

De uma forma resumida, o Ministério Público de Nova Iorque alegou que Trump terá falsificado documentos contabilísticos do seu aglomerado empresarial, a Organização Trump, para ocultar um pagamento de 137 mil dólares (cerca de 127 mil euros) à atriz de filmes pornográficos Stormy Daniels, de forma a 'comprar' o seu silêncio sobre um alegado relacionamento entre ambos, assim evitando um escândalo sexual em plena campanha presidencial de 2016.

O procurador Alvin Bragg, na quinta-feira, afirmou apenas, em conferência de imprensa: "Trata-se de crimes no estado de Nova Iorque, independentemente de quem seja. Não podemos - nem iremos - normalizar comportamentos criminosos graves".

O julgamento durou seis semanas e, agora, a definição da sentença está nas mãos do juiz. A pena de prisão não está fora da mesa, sendo que, no estado de Nova Iorque, a falsificação de documentos contabilísticos é um crime punível com pena de até quatro anos de prisão.

Donald Trump, de 77 anos, poderá também ser sentenciado a outras penas mais ligeiras, como pena suspensa com liberdade condicional, serviço comunitário ou uma multa.

À notícia, Michael Cohen, antigo braço direito de Trump, reagiu dizendo estar "aliviado", mas não surpreendido. "No fim do dia, os factos foram o que prevaleceu. É assumir a responsabilidade, é exatamente o que os Estados Unidos precisam agora mesmo", disse à MSNBC.

Cohen, recorde-se, admitiu ter feito os pagamentos a Stormy Daniels e ter ajudadoo a encobri-los. Era, até ao momento, a única pessoa envolvida neste caso a ser sentenciada.

Leia Também: Advogado de Trump vai recorrer "o mais rápido possível" de condenação

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