"A pressão da Rússia tem sido firme, e é por isso que a União Europeia continuará a apoiar a Moldova no reforço da sua segurança", declarou Kallas em conferência de imprensa conjunta com a Presidente moldova, Maia Sandu.
O pacote de ajuda de 60 milhões de euros para o país candidato à integração na UE inclui o apoio às defesas aéreas para impedir que mísseis e drones russos entrem no seu espaço aéreo, observou a chefe da diplomacia europeia na capital do país vizinho da Ucrânia.
"O objetivo é tornar a Moldova um país mais forte e seguro para os seus cidadãos", declarou, observando que "a segurança da Moldova é também a segurança da Europa".
Nesse sentido, afirmou que Bruxelas apoiará Chisinau em todas as restantes etapas até à sua entrada na UE.
Kallas anunciou ainda que a primeira cimeira entre a Moldova e os 27 estados-membros irá acontecer este ano.
Tanto durante a conferência de imprensa com Sandu como no seu encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Chisinau, Mihail Popsoi, a chefe da diplomacia europeia elogiou o progresso no processo de integração da Moldova, que recebeu o estatuto de país candidato à UE em junho de 2022.
A Presidente da Moldova declarou recentemente que o seu país espera concluir as negociações de adesão até 2027.
Durante a visita de Kallas a Chisinau, o Conselho da União Europeia anunciou hoje que deu luz verde para alocar 20 milhões de euros para apoiar as Forças Armadas da Moldova na modernização das capacidades de defesa aérea de curto alcance do país.
Este financiamento provém do Fundo Europeu para a Paz (FEPA), que financia iniciativas nos setores militar e de defesa.
Em comunicado, o Conselho acrescentou que, no dia 07 de abril, os países da UE aprovaram outra doação de 40 milhões de euros ao Exército moldavo, para apoiar a mobilidade da infantaria e as capacidades de comando e controlo relacionadas com a defesa aérea.
Na deslocação da chefe da diplomacia europeia a Chisinau, foram também apresentados equipamentos modernos que a antiga república soviética está a receber através do Mecanismo para a Ucrânia e do Mecanismo Europeu de Paz.
Segundo a agência noticiosa MoldPres, foram expostos equipamentos especiais, coletes à prova de bala, drones, ambulâncias modernas, um hospital de campanha e um posto de comando móvel.
"Este equipamento contribui significativamente para reforçar a capacidade de resposta da Moldova a ameaças híbridas cada vez mais complexas", comentou a ministra do Interior, Daniella Misail-Nichitin.
Kallas, por sua vez, sublinhou que, desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, Bruxelas forneceu a Chisinau quase 200 milhões de euros em segurança e continuará a fazê-lo.
A Moldova tem assinalado tentativas de interferência russa, e uma das suas regiões, a Transnístria, é controlada por separatistas russos.
Em 03 de novembro, Maia Sandu ganhou a segunda volta das presidenciais por curta margem contra um candidato pró-russo, no mesmo dia em que o "sim" ganhou à tangente um referendo para inscrever a adesão na UE na Constituição, num processo marcado por acusações de interferência e manipulação de Moscovo.
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