"Há algo em jogo agora, penso eu, e os ucranianos estão realmente a jogar o jogo. E penso que a bola está claramente do lado da Rússia agora", disse Rutte aos jornalistas na Casa Branca após uma reunião com Donald Trump.
"Foram dados passos gigantescos nos últimos dias", acrescentou.
Em Washington, Rutte reuniu-se no Pentágono com o secretário da Defesa Pete Hegseth e com o novo chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine.
Deverá ainda reunir-se com o secretário de Estado Marco Rubio e o conselheiro de Segurança Nacional Mike Waltz.
O Presidente norte-americano disse hoje que tem o seu próprio prazo para um acordo entre Rússia e Ucrânia e insistiu que espera um entendimento rápido, após ter criticado Kyiv pela demora e Moscovo pelos seus últimos ataques.
"Tenho o meu próprio prazo e queremos que seja rápido", declarou Trump ao ser questionado pelos jornalistas durante um almoço de trabalho com o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, na Casa Branca.
O líder norte-americano disse acreditar que "ambos os lados querem a paz, mas precisam de se sentar à mesa", lamentando uma espera que se prolonga "há muito tempo".
Na quarta-feira, Donald Trump referiu-se a um "acordo com a Rússia" para acabar com a guerra na Ucrânia, declarando que o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem sido um entrave às negociações.
"Temos de chegar a um acordo com Zelensky, mas até agora isso tem sido mais difícil", acrescentou.
No seguimento dos ataques russos que provocaram pelo menos 12 mortos e cerca de 90 feridos na última madrugada em Kyiv, o líder da Casa Branca dirigiu porém as suas críticas para o Presidente russo, Vladimir Putin.
"Não estou satisfeito com os ataques russos a Kyiv. Desnecessários e inoportunos. Vladimir, basta!" escreveu na sua rede social, Truth Social.
O Presidente ucraniano indicou hoje que a Rússia usou um míssil balístico de fabrico norte-coreano no ataque na última noite em Kyiv, que matou pelo menos 12 pessoas.
"De acordo com informações preliminares, os russos utilizaram um míssil balístico de fabrico norte-coreano. Os nossos serviços especiais estão a verificar todos os detalhes", afirmou Zelensky nas redes sociais.
O líder ucraniano realçou que, a confirmar-se a informação, será "mais uma prova da natureza criminosa da aliança" entre Moscovo e Pyongyang.
Nas suas declarações hoje aos jornalistas, Donald Trump não respondeu se planeia impor novas sanções a Moscovo caso os bombardeamentos continuem.
Indicou, por outro lado, que os Estados Unidos estavam a colocar uma "forte pressão" sobre a Rússia para pôr fim à guerra.
Ao mesmo tempo, disse que "a Ucrânia também precisa de querer chegar a um acordo" e defendeu que a Rússia já fez "uma grande concessão" ao abdicar de controlar todo o país vizinho, numa sugestão de que pretende forçar Kyiv a ceder parte do seu território.
Segundo os meios de comunicação social norte-americanos, o reconhecimento da anexação da península da Crimeia pela Rússia é uma das exigências que a Casa Branca fez a Kyiv no âmbito do seu plano de paz, mas Zelensky já se pronunciou contra.
O enviado norte-americano, Steve Witkoff, é esperado em Moscovo, segundo a Casa Branca e o Kremlin mas sem indicar datas, tendo o portal Axios noticiado, citando fontes de Washington, que deverá encontrar-se com Putin na sexta-feira.
A Rússia tem fustigado a Ucrânia com intensos bombardeamentos diários desde que o Presidente ucraniano propôs no domingo a extensão da trégua que vigorou na Páscoa - declarada unilateralmente por Putin e aceite por Kyiv - a um cessar-fogo de 30 dias nos ataques aéreos contra infraestruturas civis.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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