O líder trabalhista espera concluir um pacto de segurança e defesa com Bruxelas antes de uma cimeira marcada para 19 de maio em Londres com os responsáveis das instituições europeias.
"Discutiremos o desenvolvimento de um acordo de parceria estratégica de segurança e defesa, que poderá abrir caminho para aquisições conjuntas e participação do Reino Unido no nosso programa 'Safe'", destacou Ursula von der Leyen em Downing Street, antes da sua reunião com Starmer.
O Reino Unido tem muito a ganhar com este acordo, que poderá beneficiar as suas empresas de defesa, como a BAE Systems e a Rolls-Royce, noticiou a agência France-Presse (AFP).
Perante a ameaça russa e o risco de retirada norte-americana, a UE iniciou um plano para rearmar o continente.
O seu programa 'Safe' prevê empréstimos de 150 mil milhões de euros e visa financiar em conjunto compras de defesa e projetos de investimento na Europa. Podem participar países fora da UE, como a Noruega.
A participação do Reino Unido está sujeita à assinatura de um Acordo de Parceria de Segurança.
As negociações diplomáticas sobre o pacto de defesa entrelaçaram-se com as discussões pós-Brexit sobre as pescas, com alguns países da UE, principalmente a França, a parecerem ligar a sua assinatura à renovação do acordo que dá aos navios da UE acesso às águas britânicas.
De acordo com o jornal The Times, que não cita uma fonte, o governo britânico está pronto para aceitar estas exigências europeias sobre a pesca, bem como o alinhamento com as normas europeias para os produtos alimentares.
Bruxelas, por seu lado, apela a um programa de mobilidade para jovens com menos de 30 anos para que possam facilmente "viajar, trabalhar e viver" no Reino Unido, mas a proposta foi rejeitada até agora pelos britânicos.
Um porta-voz de Downing Street (gabinete do primeiro-ministro) celebrou o "bom progresso" após a reunião, sem adiantar detalhes do pacto de defesa.
As discussões "cobriram uma série de tópicos, incluindo a Ucrânia, a segurança energética, a economia global e a defesa", detalhou.
Von der Leyen indicou, por sua vez, na rede social X, que existe "um forte potencial para uma maior cooperação" nas áreas da energia, migração e uma "parceria dedicada" em matéria de defesa e segurança.
Keir Starmer, que assumiu o poder em julho, manifestou o seu desejo de 'reiniciar' estas relações.
Mas Londres insiste que isto não implica de forma alguma uma restauração da liberdade de circulação, nem um regresso à união aduaneira e ao mercado comum.
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