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Assassinado a tiro candidato à administração de município mexicano

As autoridades mexicanas confirmaram hoje o assassínio a tiro de Israel Delgado Vega, candidato à administração do município de Cuitzeo, no oeste do país, poucas horas antes da abertura das mesas de voto.

Assassinado a tiro candidato à administração de município mexicano
Notícias ao Minuto

18:14 - 02/06/24 por Lusa

Mundo México

Em comunicado citado pela agência EFE, a Procuradoria-Geral estadual de Michoacán indica que Vega, de 35 anos, foi assassinado, por volta das 23:00 de sábado (madrugada de domingo em Lisboa), em frente à sua casa, na cidade de San Juan Benito Juárez, por dois homens que o balearam, a partir de um motociclo.

Vega era candidato por uma coligação que apoia o Presidente do país, Lopez Obrador, e que integra o Partido Trabalhista (PT), o Movimento de Regeneração Nacional (MORENA) e o Partido Ecologista Verde do México (PVEM).

A vítima era candidata a administrador na lista encabeçada por Rosa Pintor, atual edil de Cuitzeo, que procura a primeira reeleição.

Em 01 de junho de 2021, um grupo armado tinha também assassinado o marido de Rosa Pintor, quando o casal regressava de um evento político.

A 02 de abril de 2022, um grupo de supostos assassinos contratados sequestraram e assassinaram Francisco Díaz Rodríguez, que desempenhava o cargo de administrador na autarquia de Cuitzeo, sem nenhuma detenção feita até ao momento.

Mais recentemente, em 21 de maio deste ano, foi noticiado o desaparecimento de José Bernardo Aguirre García, secretário particular de Fernando Alvarado Rangel, candidato do partido de direita Ação Nacional ao município de Cuitzeo.

Cuitzeo fica 35 quilómetros ao norte da cidade de Morelia, capital de Michoacán, onde grupos de narcotraficantes e do crime organizado disputam o roubo de combustível dos oleodutos da petrolífera mexicana.

Estes acontecimentos refletem a violência eleitoral no México, em que o Governo já reconheceu o assassínio de 22 candidatos, embora outros grupos independentes apontem para cerca de 250 homicídios políticos, incluindo assessores, funcionários, familiares e vítimas colaterais.

Mais de 98 milhões de eleitores são hoje chamados às urnas no México para eleições gerais que poderão eleger a primeira Presidente do país, que enfrenta problemas como o narcotráfico, as migrações e a relação conturbada com os EUA.

Estas serão as maiores eleições da história do país, com mais de 20 mil cargos a serem disputados numa única volta, nomeadamente para a Câmara dos Deputados (500) e o Senado (128), além de oito governadores (mais o governo da capital, Cidade do México) e outros cargos regionais e locais, de acordo com o INE mexicano.

As duas mulheres que estão à frente na corrida presidencial são Claudia Sheinbaum - do partido de centro-esquerda Movimento Regeneração Nacional (MORENA), que integra a coligação governamental Vamos Continuar a Fazer História - e Xóchitl Gálvez, do conservador Partido da Ação Nacional (PAN), que faz parte da coligação de oposição Força e Coração pelo México.

A eleição de uma Presidente seria um enorme passo num país com níveis alarmantes de violência baseada no género e com profundas disparidades nessa área. Na sua forma mais extrema, a misoginia é manifestada no país através das altas taxas de homicídios e de outros tipos de crimes violentos cometidos contra as mulheres.

O escrutínio também é marcado pelo maior número de sempre de observadores eleitorais estrangeiros na história do país, com o registo de mais de 1.300 elementos credenciados.

Pelo menos 222 centros de voto vão permanecer encerrados nas eleições de hoje no México, devido a problemas de segurança ou conflitos sociais, afetando cerca de 120 mil eleitores, informou o Instituto Nacional Eleitoral (INE).

A maioria destes centros de voto (108) situa-se em Chiapas, estado fronteiriço do sul onde as disputas entre o crime organizado e a elevada violência levaram à suspensão das votações nos municípios de Chicomuselo e Pantelhó.

Também em Michoacán haverá 84 locais de voto que hoje não vão abrir devido à insegurança, disse em conferência de imprensa no sábado Miguel Ángel Patiño, diretor executivo da organização eleitoral do INE.

Leia Também: Insegurança no México leva a fecho de 222 locais de voto e afeta 120 mil eleitores

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