Países árabes dispostos a tratar "positivamente" plano sobre trégua em Gaza

A Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos (EAU), Qatar e Egito comprometeram-se hoje a "tratar com seriedade e positivamente" o plano destinado a garantir uma trégua na Faixa de Gaza anunciado na sexta-feira pelo Presidente dos EUA, Joe Biden.

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© Anas Zeyad Fteha/Anadolu via Getty Images

Lusa
03/06/2024 20:37 ‧ 03/06/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Os ministros destes países mantiveram hoje uma reunião em formato virtual para analisar a proposta -- que inclui a libertação dos reféns na posse do Hamas e a libertação de prisioneiros palestinianos detidos por Israel -- e sublinharam a necessidade de abordá-la "com seriedade e positivamente" para garantir um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza e o envio de ajuda humanitária para a população, segundo um comunicado conjunto.

Os responsáveis pela política externa dos quatro países árabes salientaram a "urgência de terminar com a agressão contra Gaza e o fim da catástrofe humanitária que está a provocar", e a necessidade de permitir o regresso dos deslocados e "a retirada total das forças de ocupação israelitas do enclave".

Os ministros também pediram o início de um processo de reconstrução no âmbito de um plano mais geral que inclua a implementação da solução de dois Estados, que prevê a criação de um Estado palestiniano independente, "com datas concretas e garantias vinculativas".

Nesse sentido, também recordaram que esta solução deverá ser aplicada com base nas fronteiras de 1967 e que constitui o melhor roteiro para "garantir a segurança e a paz de todos na região" do Médio Oriente.

Em paralelo, e numa deslocação a Beirute, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano em funções criticou hoje o acordo proposto por Biden, e na sua primeira visita oficial desde a morte do seu antecessor no mês passado.

Ali Bagheri Kani substituiu Hossein Amirabdollahian, considerado próximo da Guarda Revolucionária, que morreu num desastre de helicóptero em 19 de maio numa região montanhosa junto à fronteira do Irão com o Azerbaijão, juntamente com o Presidente Ebrahim Raisi e outros responsáveis oficiais.

Teerão apoia diversos grupos da resistência palestiniana na Faixa de Gaza e outros movimentos armados na região, com destaque para a poderosa formação xiita libanesa Hezbollah, considerada a primeira linha de defesa de Teerão no caso de um conflito direto com Israel.

O Hezbollah está envolvido em confrontos diários com forças israelitas desde outubro ao longo da fronteira israelo-libanesa, e na sequência do ataque do Exército judaico a Gaza, em resposta aos ataques do Hamas de 07 de outubro.

"Se os americanos fossem honestos, em vez de proporem planos sob o nome de cessar-fogo, deveriam adotar uma decisão e que seria o fim de toda a ajuda à entidade israelita", disse Bagheri Kani no decurso de uma conferência de imprensa na embaixada iraniana em Beirute.

"Caso fosse interrompida a ajuda à entidade israelita, a entidade não teria as ferramentas e a forma de cometer crimes contra os palestinianos e a guerra terminava", disse.

O Hamas indicou ter recebido "positivamente" a proposta anunciada por Biden, enquanto Israel continua a considerar que a ala militar do Hamas deve ser destruída e impedida a possibilidade de continuar a governar no enclave palestiniano.

Leia Também: Egito diz que cessar-fogo em Gaza tem de incluir saída de Israel de Rafah

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