A agência de notícias oficial chinesa Xinhua avançou na segunda-feira que o ministério organizou na semana passada "uma reunião especial de trabalho a nível nacional" dedicada ao câmbio ilegal em Macau.
A tutela da segurança alertou que a escala dos grupos dedicados a esta atividade "cresceu rapidamente" nos últimos anos, "graças aos enormes lucros" vindos não apenas da troca de dinheiro, mas também da usura, o empréstimo de dinheiro a juros muito elevados.
Algo que acabou encorajar a prática de outras atividades ilegais, incluindo "crimes violentos, fraude, roubo e contrabando, afetando de forma grave a segurança e a estabilidade social" em Macau, lamentou o ministério.
As autoridades exigiram que as forças de segurança da China continental "ataquem em força e tomem várias medidas em simultâneo", incluindo reforçar a cooperação com a polícia da região administrativa especial chinesa.
O ministério acrescentou que o câmbio ilegal está ligado ao branqueamento de capitais e a bancos clandestinos que têm servido para transferir dinheiro entre diferentes jurisdições, nomeadamente entre Macau e o interior da China.
O Governo de Macau anunciou na semana passada que a criminalidade relacionada com o setor do jogo em casino mais que duplicou no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado, de 158 para 351 casos.
As forças de segurança admitiram um aumento do câmbio ilegal de dinheiro e falaram de uma tendência de "agrupamento e profissionalização". Entre janeiro e março, foram identificadas 1.292 pessoas ligadas a esta atividade, sendo que 1.227 foram expulsas do território.
Em dezembro, o secretário para a Segurança de Macau, Wong Sio Chak, admitiu a possibilidade de alterar o Código Penal para criminalizar a troca ilegal de dinheiro.
Em março de 2022, um relatório anual do Departamento de Estado dos EUA designou Macau como um dos principais pontos de branqueamento de capitais a nível mundial.
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