"Por volta das 23h30 locais (16h30 de Lisboa) (...), a polícia deteve dois homens e duas mulheres por suspeita de terem cometido crimes", segundo um comunicado da polícia citado pelas agências internacionais.
Uma das duas mulheres é suspeita de "ofensas relacionadas com intenções sediciosas", um crime previsto na controversa Lei de Segurança Nacional de Hong Kong.
Nesta antiga colónia britânica, cuja soberania foi devolvida à China em 1997, tinham sido detidas oito pessoas até segunda-feira, no âmbito da Lei de Segurança Nacional, por mensagens publicadas na Internet a propósito da repressão.
O aniversário de Tiananmen era assinalado em Hong Kong, nomeadamente com vigílias, mas as iniciativas estão proibidas desde 2020 quando Pequim impôs o quadro legal muito restritivo, na sequência de grandes e por vezes violentas manifestações pró-democracia.
Hoje, segundo relataram as agências internacionais, dezenas de polícias patrulhavam o Parque Victoria, onde dezenas de milhares de pessoas se reuniam normalmente para prestar homenagem às vítimas de Tiananmen.
Em 1989, durante várias semanas, estudantes universitários de Pequim ocuparam a principal praça da capital chinesa, como forma de combate à corrupção e à censura e para pedir reformas políticas no país.
Nesse ano, na noite de 03 para 04 de junho, o exército chinês avançou com tanques para dispersar os protestos pacíficos, causando um número de mortos que ainda hoje é objeto de discussão.
O número de mortos é desconhecido, variando entre as centenas e mais de mil, conforme as fontes de informação, segundo a agência noticiosa France Presse (AFP), que nota como qualquer menção à repressão de 1989 é rigorosamente censurada no país.
Atualmente, muitos jovens chineses desconhecem este evento histórico do seu país, cujo 35.ºaniversário foi apenas assinalado, em termos de territórios de língua chinesa, em Taiwan, que Pequim considera uma província rebelde que não exclui tomar pela força.
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