"Não se pode fazer considerações políticas em tempos de guerra", lamentou Gantz -- que integra o Gabinete israelita, mas que tem vindo a acentuar as divergências com Netanyahu - num comunicado no qual exige que o chefe de Governo telefone para o autarca, pedindo desculpas e convidando-o para uma reunião com a equipa de Governo, para abordar a situação dos moradores desta área.
O gabinete de Netanyahu respondeu a estas acusações e sublinhou que a visita do primeiro-ministro à fronteira a norte foi estritamente de natureza militar e para conhecer a situação de segurança nesta área.
"Não foram organizadas reuniões com civis, nem mesmo com o presidente da Câmara de Kiryat Shmona", explicou o gabinete governamental.
Grande parte das cidades do norte de Israel tiveram de ser evacuadas após os ataques da milícia xiita libanesa Hezbollah, lançados como sinal de resposta à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza após os ataques do grupo islamita Hamas, em 07 de outubro.
Esses ataques da milícia islamita, que provocaram quase 1.200 mortos e 240 reféns, desencadearam o conflito atual na Faixa de Gaza e motivaram Netanyahu a montar o Gabinete de Guerra com alguns dos deputados que até agora estavam na oposição, como é o caso de Gantz.
No entanto, nas últimas semanas, as diferenças aprofundaram-se não só no gabinete de guerra, mas também dentro do Governo de coligação liderado por Netanyahu, devido à forma como a guerra está a ser gerida e também aos possíveis acordos com o Hamas para a libertação dos reféns.
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