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Morreu militar polaco esfaqueado na fronteira com Bielorrússia

O soldado polaco esfaqueado no mês passado na fronteira com a Bielorrússia morreu, informaram hoje as Forças Armadas, que tinham indicado anteriormente que o militar tinha sido atingido no peito por um migrante na vedação fronteiriça.

Morreu militar polaco esfaqueado na fronteira com Bielorrússia
Notícias ao Minuto

20:56 - 06/06/24 por Lusa

Mundo Polónia

O soldado foi hospitalizado em estado grave na cidade de Hajnowka, no leste da Polónia, e depois transportado para um hospital militar em Varsóvia, mas morreu durante a tarde, segundo os militares.

"Um jovem soldado, Mateusz, deu a vida na defesa da fronteira da Polónia", escreveu o primeiro-ministro, Donald Tusk, na rede social X.

"A pátria e os seus compatriotas nunca esquecerão este sacrifício. Estendo palavras de profundas condolências à sua família", escreveu Tusk.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros convocou na quinta-feira o encarregado de negócios bielorrusso, exigindo que as autoridades de Minsk identificassem e entregassem o suspeito do assassínio do soldado, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Radek Sikorski.

A situação na fronteira leste da União Europeia está cada vez mais tensa, sob a pressão de milhares de pessoas do Médio Oriente e outras proveniências asiáticas, e África, que tentam forçar a passagem através de uma longa barreira metálica e em betão de 186 quilómetros que a Polónia ergueu em 2022 para selar a fronteira com a Bielorrússia.

Os números mais recentes da Guarda de Fronteira Polaca indicam cerca de 17 mil tentativas de travessia ilegal da fronteira este ano.

A Polónia e a UE afirmam que muitos dos migrantes são organizados e ajudados pela Rússia e pela sua aliada Bielorrússia para desestabilizar a Europa, em plena guerra na Ucrânia.

Organizações polacas de auxílio aos migrantes criticam, por outro lado, a repressão usada pelas autoridades de Varsóvia e a desproporção do muro face ao número de tentativas de entradas.

Além disso, referem que os migrantes são vítimas das políticas do Kremlin e dos seus aliados em Minsk e que, uma vez barrados na fronteira com a Polónia, são impedidos pelas forças bielorrussas de voltar para trás, permanecendo ao abandono numa região de floresta densa e gelada no inverno, o que os leva a tentar cruzar o muro de forma repetida.

Segundo as autoridades polacas, cerca de 90% dos migrantes na fronteira da Polónia têm vistos russos, o que aponta para o papel de Moscovo.

A pressão intensificou-se na primavera, antes das eleições para o Parlamento Europeu, no próximo domingo.

A fronteira é patrulhada por cerca de 6.000 soldados do exército polaco, cerca de 2.200 guardas de fronteira e algumas centenas de polícias.

Recentemente, alguns outros agentes também necessitaram de tratamento hospitalar devido a facadas e outros ferimentos infligidos através da barreira.

Após o ataque, o Governo prometeu reforçar ainda mais a segurança na fronteira e nas áreas das zonas tampão, onde apenas os guardas podem circular para facilitar a sua tarefa.

A Polónia tem tomado medidas para alertar e dissuadir potenciais migrantes de tentarem passar pela Polónia, através de informações e cartazes divulgados nos países do norte de África, do Médio Oriente e na Turquia.

O Presidente polaco, Andrzej Duda, convocou o Conselho de Segurança Nacional para segunda-feira, 10 de junho, devido ao agravamento da situação na fronteira com a Bielorrússia, noticiou hoje a agência polaca PAP.

O líder polaco disse que a reunião do Conselho de Segurança Nacional só ocorrerá na segunda-feira por estar em curso a campanha e a votação para o Parlamento Europeu.

Os migrantes "estão a ser cinicamente usados pelos dois regimes [russo e bielorrusso] como um elemento para atacar a Polónia", afirmou o ministro do Interior polaco, Tomasz Siemoniak, à estação pública Radio One.

Siemoniak também anunciou que o Governo vai enviar unidades de polícia antimotim para a fronteira com a Bielorrússia, e que os guardas fronteiriços e os militares receberão formação para lidar com multidões agressivas.

"Não permitiremos que soldados polacos sejam vítimas de atos brutais de agressão", afirmou o ministro.

Num outro incidente, no final de março e início de abril, mas só agora divulgado, três militares foram detidos por dispararem tiros de aviso contra migrantes que tentavam atravessar a fronteira, segundo a PAP.

Duda descreveu a detenção dos soldados como ultrajante e pediu ao Governo que explique o que aconteceu e porque é que o caso só foi revelado agora.

As detenções não foram bem aceites pelo próprio Governo.

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, afirmou que as ações do Ministério Público e da Polícia Militar suscitaram uma preocupação justificada e "a ira do povo", pelo que exigiu "conclusões e decisões rápidas".

A Polónia, cuja fronteira a leste é partilhada com Bielorrússia, Ucrânia e Lituânia, apoia Kiev na guerra iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022, quando invadiu o país vizinho.

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