O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Naser Kanani, afirmou que as mortes se devem à "contínua injeção para os arsenais do regime sionista de bombas e mísseis norte-americanos e europeus", num comunicado divulgado pela agência de notícias oficial IRNA.
Kanani criticou "o apoio dos Estados Unidos e de alguns países europeus a Israel durante a guerra de Gaza", que de acordo com os números do grupo islamita em oito meses já provocou perto de 37.000 mortos e mais de 82.000 feridos, na maioria mulheres e crianças.
O responsável iraniano considerou "deplorável" a situação motivada pela operação israelita de resgate de quatro reféns do campo de refugiados de Nuseirat, em Gaza, onde pelo menos 210 palestinianos foram mortos na sequência do intenso fogo israelita.
Kanani voltou a criticar a "inação e ineficácia das organizações internacionais, incluindo o Conselho de Segurança da ONU face aos crimes de guerra e violações de todas as leis humanitárias internacionais" por parte de Israel.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, Telavive lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que até ao momento perto de 37.000 mortos e pelo menos 82.000 feridos segundo o Hamas, classificado como "organização terrorista" por Israel, União Europeia e Estados Unidos.
Calcula-se ainda que 10.000 palestinianos permanecem soterrados nos escombros após cerca de oito meses de guerra, que também está a desencadear uma grave crise humanitária.
O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
Também na Cisjordânia e em Jerusalém leste, ocupados por Israel, pelo menos 510 palestinianos foram mortos pelas forças israelitas ou por ataques de colonos desde 7 de outubro.
O Irão é um dos principais aliados do Hamas e da Jihad Islâmica e lidera o designado "eixo de resistência" contra Israel, que também inclui o movimento xiita libanês Hezbollah e os Huthis do Iémen, que controlam a maioria do país árabe.
A República islâmica do Irão e Israel são acérrimos inimigos e disputam a hegemonia regional.
Em abril passado registou-se uma troca de disparos de lança-foguetes e mísseis após o ataque israelita contra o consulado iraniano em Damasco, Síria, que provocou a morte de sete membros da Guarda Revolucionárias, incluindo três generais.
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