Amnistia acusa o mundo de atitude vergonhosa perante conflito no Sudão

A Amnistia Internacional acusou hoje o mundo de ter permanecido impassível perante o conflito do Sudão, que dura há dois anos, uma atitude que qualificou de vergonhosa.

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Lusa
15/04/2025 13:32 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Amnistia Internacional

A diretora da Amnistia Internacional para a Investigação, Defesa, Políticas e Campanhas, Erika Guevara Rosas, afirmou que o dia de hoje, que marca o segundo aniversário do início da guerra entre o exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), é "um dia de vergonha", tanto para "os perpetradores de ambos os lados deste terrível conflito, que infligiram um sofrimento inimaginável à população civil", como para "o mundo por virar as costas enquanto o Sudão arde" e também para os países que "continuam a deitar achas para a fogueira".

 

"O mundo optou em grande medida por permanecer impassível", declarou Rosas, em um comunicado, acrescentando que "é alarmante o facto de o Conselho de Segurança das Nações Unidas não ter implementado um embargo de armas abrangente ao Sudão para pôr fim ao fluxo constante de armas que alimenta estes crimes hediondos",

Na semana passada, a Amnistia Internacional divulgou uma nova investigação que conclui que as RSF cometeram uma violência sexual generalizada, incluindo violações, violações coletivas e escravatura sexual, que constituem possíveis crimes contra a humanidade.

"Nos últimos dois anos, as Forças Armadas Sudanesas [SAF, na sigla em inglês], as RSF e os seus aliados cometeram crimes hediondos, incluindo violência sexual contra mulheres e raparigas, torturaram e mataram à fome civis, prenderam e mataram pessoas e bombardearam mercados, campos de deslocados e hospitais", sendo que "estas atrocidades constituem crimes de guerra", afirmou Rosas.

Rosas recordou que o mundo falhou no apoio às vítimas da guerra no Sudão, fornecendo apenas "6,6% dos fundos necessários para fazer face à catástrofe humanitária no país", salientando que os cortes drásticos do Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, à USAID são "a mais recente facada cruel contra a população civil sudanesa que, sem culpa própria, se encontra no momento de maior necessidade", apelando ao mundo para que deixe de ignorar o Sudão.

O Sudão enfrenta atualmente a pior insegurança alimentar da sua história, com milhões de pessoas em risco de fome, estimando-se que 25 milhões de pessoas, mais de metade da população, enfrentem fome extrema, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU).

A guerra no Sudão matou dezenas de milhares de pessoas e forçou mais de 12 milhões a fugir das suas casas no país, enquanto cerca de quatro milhões procuraram refúgio nos países vizinhos.

Leia Também: Amnistia denuncia abusos contra mulheres acusadas de bruxaria no Gana

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