O presidente de França, Emmanuel Macron, anunciou, este domingo, a dissolução da Assembleia Nacional.
A informação é avançada pelo Le Figaro, que adianta ainda que o chefe de Estado convocou legislativas antecipadas para 30 de junho, numa primeira volta, e numa segunda para 7 de julho.
"Após ter efetuado as consultas previstas no artigo 12.º da nossa Constituição, decidi devolver-vos a escolha do nosso futuro parlamentar através do voto", disse, acrescentando: "Esta decisão é séria, pesada mas acima de tudo é um ato de confiança".
O anúncio foi feito depois de as primeiras projeções para a maioria dos meios de comunicação social franceses indicarem que a União Nacional (Rassemblement National, RN na sigla francesa), formação de extrema-direita, obteve 31,5%, quase um terço do total. Este resultado representa mais do dobro dos votos previstos para o Renascimento (Renaissance, RE), o partido do Presidente Emmanuel Macron (15,2%).
Perante os resultados, Macron apontou: "Não posso agir como se nada tivesse acontecido". Durante o seu discurso, o presidente francês considerou ainda que o resultado em causa "não é bom para os partidos que defendem a Europa".
O Parlamento Europeu é a única instituição da União Europeia (UE) eleita por voto direto.
No total, cerca de 361 milhões de eleitores dos 27 países da UE foram chamados a escolher a composição do próximo Parlamento Europeu, elegendo 720 eurodeputados, mais 15 que na legislatura anterior. A Portugal cabem 21 lugares no hemiciclo.
Nas anteriores eleições de 2019, foram eleitos 751 eurodeputados, quando o Reino Unido ainda fazia parte da UE, mas com a sua saída, passaram a existir 705 lugares.
Na legislatura que agora termina, o PPE tinha 176 eurodeputados, enquanto o S&D tinha 139. Seguiam-se o Renovar a Europa (102), os Verdes (71), o ECR (69) e o ID (49). A Esquerda Europeia tinha 37 parlamentares e havia 62 eurodeputados não inscritos.
[Notícia atualizada às 20h09]
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