A resposta reafirmou a posição do Hamas de que o cessar-fogo deve levar a uma cessação permanente das hostilidades, à retirada das forças israelitas de Gaza, à reconstrução da Faixa e à libertação dos prisioneiros palestinianos em Israel", afirmou hoje à EFE um responsável do grupo islamita palestiniano, que pediu para não ser identificado.
Na sua resposta, acrescentou a fonte à agência noticiosa espanhola, o grupo "propôs um novo calendário para um cessar-fogo permanente e a retirada de toda a Faixa de Gaza, incluindo de Rafah", no sul do enclave, junto à fronteira com o Egito.
"Trata-se também de esclarecimentos sobre o cessar-fogo permanente, a retirada de Gaza e o calendário durante o qual este procedimento terá lugar. [...] Não há mudanças fundamentais no que respeita à troca de prisioneiros, mas sim algumas questões relacionadas com o cessar-fogo e quando será permanente", sublinhou.
O Qatar, Egito e Estados Unidos, que medeiam o conflito de Gaza, anunciaram na terça-feira que tinham recebido uma proposta do Hamas e de outras fações palestinianas, referindo-se à Jihad Islâmica, outro grupo que aparentemente também mantém reféns israelitas, sem especificar o seu conteúdo.
Os mediadores afirmaram que irão estudar a resposta "com as partes interessadas" e que continuarão a envidar esforços para chegar a um acordo com base na proposta anunciada por Biden a 31 de maio, que foi apoiada por numerosos atores da comunidade internacional.
A proposta, aprovada quase por unanimidade por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU na segunda-feira, oferece a Israel e ao Hamas um plano trifásico de seis semanas para pôr fim à guerra em Gaza, que matou mais de 37.000 palestinianos nos últimos oito meses.
Além de um cessar-fogo, o plano prevê a troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos, a retirada israelita de Gaza, o aumento da ajuda aos habitantes de Gaza, entre outros aspetos, e, numa fase final, um processo de reconstrução do enclave.
"Isto requer algumas clarificações e condições e negociações indiretas entre o Hamas e Israel através dos mediadores para se chegar a um acordo", acrescentou a fonte do movimento islamita.
Entre outros "pormenores que têm de ser acordados", sublinhou, estão pontos como "a forma como os cidadãos palestinianos chegarão ao norte de Gaza, de que zonas [Israel] se retirará, ou as horas durante as quais Israel deixará de vigiar, bem como o tipo de ajuda que entrará em Gaza, como entrará e como será distribuída".
Por outro lado, fontes de segurança egípcias disseram também à EFE que, na resposta, o Hamas pede que a China, Turquia e Rússia sejam os garantes do acordo e que, no final da primeira fase, a retirada israelita seja total e que não haja soldados israelitas em Gaza.
O grupo palestiniano propõe que, nos primeiros sete dias da primeira fase, Israel se retire "completamente" das zonas povoadas, incluindo o lado palestiniano da passagem de Rafah e o corredor de Filadélfia ao longo da fronteira com o Egito.
"A resistência entregará na primeira fase 33 reféns, vivos e mortos, e a cada três dias libertará três reféns", mas "se a retirada não for respeitada nos primeiros sete dias, o processo de libertação dos reféns será suspenso", exige o Hamas, segundo fontes de segurança egípcias.
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