Conselho de Segurança da ONU exige fim do cerco a El Fasher no Sudão

O Conselho de Segurança da ONU aprovou hoje uma resolução que exige que as Forças de Apoio Rápido (RSF), um grupo paramilitar sudanês, suspendam o cerco a El Fasher, a capital do estado do Darfur do Norte.

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© AFP via Getty Images

Lusa
13/06/2024 21:16 ‧ 13/06/2024 por Lusa

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Sudão

A resolução, da autoria do Reino Unido, recebeu 14 votos a favor e uma abstenção da Rússia.

Além da suspensão do cerco, a resolução apela à suspensão imediata dos combates e ao desagravamento da violência em El Fasher e arredores e exige que todas as partes no conflito garantam a proteção dos civis, inclusive permitindo que possam sair da área para zonas mais seguras.

"A adoção desta resolução envia uma mensagem clara: o Conselho exige que as RSF ponham imediatamente um fim ao cerco de El Fasher e que todas as partes recuem diante do abismo. Um ataque à cidade seria catastrófico para os 1,5 milhões de civis sudaneses abrigados na cidade", disse a embaixadora britânica junto da ONU, Barbara Woodward, após a votação.

A resolução sublinha a necessidade de um acesso humanitário transfronteiriço completo, rápido, seguro e sem entraves e insta a comunidade internacional a aumentar o seu apoio e a cumprir os compromissos existentes.

Em particular, apela à reabertura do ponto de passagem transfronteiriço de Adre, entre o Chade e o Sudão.

"As necessidades de proteção no Sudão são alarmantes. Através desta resolução, solicitamos que o secretário-geral [António Guterres] forneça recomendações sobre o apoio à proteção dos civis no Sudão", acrescentou Woodward.

O Sudão continua a enfrentar as devastadoras consequências políticas, de segurança e humanitárias dos combates que eclodiram em abril de 2023 entre as Forças Armadas Sudanesas, chefiadas pelo general Abdel Fattah al-Burhan, líder militar do Sudão e presidente do Conselho Soberano de Transição, e as RSF, lideradas pelo general Mohamed Hamdan Dagalo. 

Desde o início do conflito até 17 de maio, mais de 16.650 pessoas foram mortas, de acordo com a ACLED, uma organização não-governamental que recolhe dados relacionados com conflitos.

Segundo dados da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR), os combates já deixaram mais de dez milhões de pessoas deslocadas num país com cerca de 50 milhões de habitantes.

Desde o início de abril, os combates têm sido particularmente graves em El Fasher, a única capital da região de Darfur que não está sob o controlo das RSF e que vinha acolhendo muitos refugiados e deslocados, servindo de centro humanitário para esta vasta região ameaçada pela fome.

Em 08 de junho, a organização Médicos Sem Fronteiras indicou que, desde 10 de maio, pelo menos 192 pessoas foram mortas e mais de 1.230 ficaram feridas em El Fasher.

Leia Também: ONU insta G7 a agir "imediatamente" para travar fome em várias regiões

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