Segundo a agência de notícias espanhola Efe, que cita meios de comunicação social turcos, Erdogan mostrou-se satisfeito por a Espanha partilhar "os sentimentos e as preocupações" da Turquia em relação ao que descreveu como "massacres de Israel que desrespeitam o direito internacional", referindo-se aos ataques de retaliação contra os atentados do grupo islâmico Hamas que fizeram 1.400 mortos em 07 de outubro.
"O apoio do senhor Sánchez [primeiro-ministro espanhol] à legítima luta palestiniana, apesar de todas as pressões, é louvável. Continuaremos a agir em solidariedade com a Espanha para resolver o conflito israelo-palestiniano", disse Erdogan aos jornalistas que o acompanharam numa viagem de avião de volta à Turquia, após uma visita a Espanha e a Itália, onde participou na reunião do G7 (grupo dos países mais industrializados).
Segundo o chefe de Estado turco, Espanha é "um farol que guia a humanidade na escuridão" e o reconhecimento da Palestina como um Estado vai abrir fraturas entre os países que apoiam Israel.
Erdogan criticou o facto de os Estados Unidos da América terem bloqueado as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) de apoio a Gaza, mas disse acreditar que Washington estava irritado com a "arrogância crescente" de Israel.
A retaliação israelita pelos ataques do Hamas de 07 de outubro já matou 37.296 pessoas em Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
O Presidente turco deu também conta da resposta positiva do primeiro-ministro espanhol ao seu pedido para que a Espanha interceda junto da Alemanha para levantar o bloqueio à compra de caças Eurofighter pela Turquia.
Estes caças são fabricados por um consórcio europeu constituído por Reino Unido, Itália, Alemanha e Espanha e, até à data, foram exportados para a Áustria, Arábia Saudita, Kuwait, Qatar e Omã.
Erdogan afirmou que a Turquia dá prioridade à satisfação das suas necessidades de aquisição militar com os seus aliados da Aliança do Tratado Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), mas disse que o seu país tem alternativas se isso não for possível.
A Espanha, disse ainda o chefe de Estado, pode contribuir para a formação de pilotos turcos com estes aviões.
O Governo espanhol reconheceu formalmente a Palestina como Estado no final de maio.
O primeiro-ministro, Pedro Sánchez, escreveu na altura na rede social X que Espanha partilha com os países árabes "a vontade e o compromisso de pôr fim à violência e tornar realidade a solução dos dois Estados".
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