"O cenário do fórum suíço não é um fórum livre para discutir formas de paz entre a Rússia e a Ucrânia. As suas conclusões já estão predeterminadas. A maioria da América Latina e o Governo colombiano não concordam com o prolongamento da guerra", disse o Presidente na sua conta na rede social X, a partir da Suécia, onde se encontra em visita oficial.
"Estou a suspender a minha viagem para a reunião na Suíça e peço à Europa que discuta formas de encurtar a guerra e não de a prolongar. O diálogo entre a Rússia e a Ucrânia é essencial", sublinhou.
O chefe de Estado, que regressará à Colômbia ainda hoje, disse que a América Latina quer "tanto a suspensão do genocídio do povo palestiniano como encontrar os caminhos difíceis para resolver a guerra entre a Ucrânia e a Rússia".
"Estamos prontos para participar em conferências que se dediquem livremente a encontrar os caminhos para a paz e não a construir blocos para a guerra", acrescentou Petro.
Estava previsto que durante a conferência na cidade suíça de Bürgenstock o Presidente colombiano se reunisse pela primeira vez com o seu homólogo ucraniano, Volodymir Zelenski.
O Presidente colombiano evitou até agora tomar partido a favor da Ucrânia e, ao contrário do que aconteceu na guerra em Gaza, em que condenou quase diariamente os ataques de Israel, absteve-se de fazer o mesmo em relação à Rússia.
Mesmo na Cimeira dos Povos realizada em julho do ano passado no Parlamento Europeu, Petro disse que não saberia se deveria apoiar a Rússia ou os Estados Unidos na geopolítica internacional porque, na sua opinião, eles são "a mesma coisa".
A Suíça acolhe entre hoje e domingo a Conferência para a Paz na Ucrânia, que juntará representantes de mais de 90 países e organizações, incluindo Portugal, mas não da Rússia nem da China, entre outros ausentes de peso.
O objetivo da conferência, organizada pela Suíça na sequência de um pedido nesse sentido do Presidente ucraniano, é "inspirar um futuro processo de paz", tendo por base "os debates que tiveram lugar nos últimos meses, nomeadamente o plano de paz ucraniano e outras propostas de paz baseadas na Carta das Nações Unidas e nos princípios fundamentais do direito internacional".
Zelensky manifestou-se convicto de que "vai ser feita história" na Cimeira para a Paz, fazendo votos para que os esforços conjuntos a nível global garantam uma "paz justa tão cedo quanto possível".
A Rússia ocupa cerca de 20% do território ucraniano desde a ofensiva militar lançada em fevereiro de 2022.
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