A visita realiza-se a convite do líder norte-coreano, Kim Jong-un, precisou o Kremlin, citado pela agência oficial russa TASS.
Kim Jong-un visitou a Rússia em 2023.
"A convite de Kim Jong-un (...), Vladimir Putin efetuará uma visita de Estado amigável à República Popular Democrática da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte] em 18 e 19 de junho de 2024", anunciou o Kremlin.
A informação foi posteriormente confirmada pela Coreia do Norte através da agência noticiosa oficial KCNA, segundo a agência francesa AFP.
O Ocidente acusa a Coreia do Norte de fornecer munições à Rússia para a guerra contra a Ucrânia.
Os dois países, que estão sujeitos a pesadas sanções internacionais, reforçaram consideravelmente os laços desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Após a deslocação à Coreia do Norte, Putin visitará o Vietname, outro parceiro da Rússia desde a era soviética, em 19 e 20 de junho.
A viagem à Coreia do Norte ocorre nove meses depois de Putin ter recebido Kim no Extremo Oriente russo.
Apesar dos elogios mútuos, os dois líderes não concluíram, pelo menos oficialmente, quaisquer acordos.
Segundo o Ocidente, Pyongyang recorreu às vastas reservas de munições do país para abastecer a Rússia em grande escala.
Os Estados Unidos acusaram na semana passada a Rússia de utilizar mísseis balísticos norte-coreanos na Ucrânia.
Em troca, segundo Washington e Seul, a Rússia forneceu à Coreia do Norte conhecimentos especializados para o seu programa de satélites e enviou ajuda para fazer face à escassez de alimentos no país.
Kim elogiou na quarta-feira os laços de "irmãos de armas inquebráveis" entre Pyongyang e Moscovo, que remontam à era soviética.
Durante a viagem à Rússia, em setembro de 2023, já tinha declarado que os laços entre Pyongyang e Moscovo eram a "prioridade número um" do regime norte-coreano.
Putin apresenta a invasão da Ucrânia e os esforços diplomáticos como uma batalha contra a hegemonia norte-americana na cena internacional, e conta com o apoio da China.
Pequim é o principal apoiante económico e aliado diplomático do regime norte-coreano.
O itinerário da visita de Putin à Coreia do Norte não foi divulgado de imediato.
Os dois países partilham uma fronteira terrestre, que o líder norte-coreano atravessou no ano passado de comboio.
Trata-se da segunda deslocação de Putin à Coreia do Norte, depois da visita que efetuou há quase um quarto de século, pouco depois de chegar ao poder, para se encontrar com Kim Jong-il, pai Kim Jung-un.
Putin, que é alvo de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI) pela deportação ilegal de crianças ucranianas, limitou grandemente as viagens ao estrangeiro.
Antes da visita à Coreia do Norte, vários altos funcionários russos, incluindo o chefe dos serviços secretos estrangeiros, Serguei Narychkin, deslocaram-se a Pyongyang.
O ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano, Choe Son-hui, esteve em Moscovo em janeiro.
A Rússia utilizou em março o direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas para pôr termo ao controlo das violações das sanções internacionais contra a Coreia do Norte.
A Coreia do Sul afirmou na quinta-feira estar a "acompanhar de perto os preparativos" da visita de Putin ao país vizinho.
Seul apelou a Moscovo para que "contribua para a paz e a estabilidade na península coreana, respeitando as resoluções do Conselho de Segurança da ONU".
A Coreia do Sul forneceu uma ajuda militar significativa à Ucrânia, que o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, visitou em maio, e está a participar nas sanções ocidentais contra Moscovo.
[Notícia atualizada às 14h19]
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