Adele Jodr, que dirige esta antena regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância, acrescentou que "provavelmente todas as crianças vão ficar traumatizadas, porque passaram por algo que nenhuma criança deveria passar", ao falar durante uma cerimónia em Tóquio.
As declarações da dirigente da UNICEF foram feitas durante um evento em Tóquio e transmitidas pela televisão pública japonesa NHK.
Jodr sublinhou que "sempre que há um ataque, há crianças mortas, porque Gaza tem uma população muito jovem concentrada numa zona muito pequena".
Acrescentou que existem 37 mil crianças que sofrem má nutrição grave e que 17 mil ficaram órgãos, o que as sujeita a riscos de abusos e exploração.
Existem ainda muitos outros que sofreram feridas graves, inclusive perda de algum membro, circunstâncias que lhes podem ser fatais, dada a situação crítica do sistema de saúde na Faixa de Gaza.
"Se estivessem num lugar normal, onde houvesse um hospital normal, um hospital equipado com os fornecimentos e o material médico necessário poderiam ter-se salvado", disse.
Por tudo isto, Jodr, que é libanesa, reclamou um cessar-fogo imediato e o envolvimento da comunidade internacional para que a ajuda necessária chegue às crianças que precisem.
O balanço mais recente das autoridades de saúde da Faixa de Gaza é de 37.347 palestinianos mortos, dos quais mais de 15.700 são crianças, desde o início da ofensiva militar lançada por Israel, em 07 de outubro, na sequência do ataque sem precedentes do movimento islamita Hamas em território israelita, que fez cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
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