"Este incidente causou um fluxo em massa de vítimas ao hospital de campanha da Cruz Vermelha, nas proximidades", detalhou o CICV numa nota na rede social X onde não especificou os autores do ataque.
O Exército israelita intensificou na sexta-feira os seus ataques na Faixa de Gaza, nos quais pelo menos 30 palestinianos foram mortos, segundo dados das autoridades de Gaza, enclave controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas,
Já um porta-voz do Exército israelita referiu à agência France-Presse (AFP) que "uma investigação inicial sugere que não há nada que indique que um ataque foi realizado pelas IDF (Forças de Defesa de Israel) na zona humanitária de Al-Mawasi", a noroeste de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
"O incidente está a ser investigado", acrescentou o porta-voz.
O CICV realçou que os ataques de sexta-feira à tarde com "projéteis de grande calibre" caíram a metros do gabinete e residências deste organismo, causando danos.
"Atacar tão perigosamente perto de estruturas humanitárias, localizadas em sítios que atores do conflito têm conhecimento e que estão claramente marcadas com o símbolo da Cruz Vermelha, coloca vidas de civis e trabalhadores humanitários em risco", realçou o CICV.
"Este grave incidente de segurança é o mais recente de vários nos últimos dias. Anteriormente balas perdidas tinham atingido estruturas da CICV. Condenamos estes incidentes", acrescentou ainda, lembrando que de acordo com o direito humanitário internacional, as partes envolvidas no conflito devem tomar precauções para evitar baixas civis, incluindo em edifícios humanitários.
Mais de 1,5 milhões de pessoas estão deslocadas desde 07 de outubro de 2023 neste enclave palestiniano devido ao conflito entre Israel e o Hamas.
De acordo com Ahmed Radwan, porta-voz da Defesa civil em Rafah, testemunhas relataram às equipas de emergência que duas localidades foram bombardeadas, situadas numa zona costeira que estava repleta com tendas que acolhem os civis deslocados.
A localização dos bombardeamentos ocorreu nos limites da designada "zona de segurança" imposta por Israel. Previamente, o Exército israelita já tinha atingido diversos locais junto à "zona humanitária" de Muwasi, uma região rural junto à costa mediterrânica onde nos últimos meses tem acolhido, em tendas, milhares de deslocados palestinianos, precisou a agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP).
Na cidade de Gaza, aviões israelitas também bombardearam uma residência de Beach Camp, a oeste da cidade, provocando 10 mortos e 17 feridos, que foram enviados para um hospital local.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, Telavive lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que até ao momento provocou mais de 37 mil mortos e mais de 85 mil feridos, de acordo com as autoridades do enclave palestiniano, controladas pelo Hamas desde 2007.
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