Pela primeira vez estão a ser tomadas medidas restritivas contra cibercriminosos que utilizam campanhas de 'ransomware' (um 'software' malicioso que sequestra dados para depois cobrar pelo acesso) contra serviços essenciais, como a saúde e a banca, destacou o Conselho da UE num comunicado.
Os ataques identificados afetaram funções governamentais, armazenamento ou tratamento de informações classificadas e equipas governamentais de resposta a emergências nos Estados-membros da UE, segundo especificou a mesma nota informativa.
A lista de sancionados inclui dois membros do grupo Calisto, composto por oficiais dos serviços secretos militares russos que conduzem ciberoperações contra os Estados-membros da UE e países terceiros através de campanhas de 'phishing' contínuas destinadas a roubar dados sensíveis em funções críticas do Estado, nomeadamente nas áreas da defesa e das relações externas.
As medidas sancionatórias da UE visam ainda outros dois membros do grupo de 'hackers' Armageddon, apoiado pelos serviços federais de segurança russos, que atacou informaticamente países da UE e a Ucrânia, país que Moscovo invadiu em fevereiro de 2022.
Além disso, a lista engloba também os dois principais responsáveis pela instalação dos programas maliciosos "Conti" e "Trickbot" e que estão envolvidos no grupo "Wizard Spider", que visou com campanhas de 'ransomware' setores como a saúde e a banca, sendo responsável por prejuízos económicos significativos na UE.
O regime de sanções europeias na área do cibercrime aplica-se atualmente a 14 pessoas e quatro entidades, e inclui o congelamento de bens e a proibição de viajar.
Além disso, pessoas e entidades da UE estão proibidas de disponibilizar fundos aos sancionados que integram a lista.
Leia Também: União Europeia adota sanções contra responsáveis no Sudão