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ONG queniana denuncia "rapto" de ativistas contra aumento de impostos

A Comissão dos Direitos Humanos do Quénia (KHRC, na sigla em inglês) acusou hoje as autoridades do rapto de jovens ativistas envolvidos em protestos contra o projeto de lei que visa aumentar ou criar novos impostos.

ONG queniana denuncia "rapto" de ativistas contra aumento de impostos
Notícias ao Minuto

20:50 - 24/06/24 por Lusa

Mundo Quénia

"O regime começou a raptar jovens que acredita serem particularmente críticos da tributação excessiva, incluindo Billy Simani, Austin Omondi, Lesley Muturi e, mais recentemente, Shadrack Kiprono", detalha aquela organização não-governamental (ONG) em comunicado, citando alguns dos nomes cuja detenção e desaparecimento foram relatados nos últimos dias nas redes sociais.

Os protestos contra a proposta de lei provocaram dois mortos até agora.

"Estes raptos, que ocorrem sobretudo à noite, são levados a cabo por agentes da polícia à paisana e em veículos sem identificação", afirmou o KHRC, apelando à "libertação condicional" de todas as pessoas afetadas.

"Estes raptos têm como objetivo intimidar os manifestantes que planeiam participar em futuras manifestações pacíficas destinadas a pressionar os deputados a rejeitar o projeto de lei", segundo a organização.

O KHRC emitiu esta mensagem um dia antes do terceiro dia de protestos marcado para terça-feira, depois de centenas de pessoas terem marchado no centro de Nairobi no dia 18, em manifestações que se estenderam a outras cidades do país no dia 20, com milhares de pessoas a manifestarem-se.

Ao contrário dos protestos antigovernamentais que o Quénia conheceu recentemente, violentos e impulsionados por líderes políticos, as atuais manifestações estão a ser convocadas por jovens da chamada "Geração Z" (pessoas nascidas entre meados da década de 1990 e a primeira década do século XXI).

Estes novos protestos são promovidos através de redes sociais como o Tik Tok, X ou Instagram e tendem a ter um tom pacífico.

A Lei das Finanças de 2024 proposta pelo Governo propunha novos impostos, como um IVA de 16% sobre o pão e de 2,5% sobre os veículos automóveis, bem como um aumento de alguns impostos existentes, como o serviço de transferência de dinheiro por telemóvel.

No entanto, o presidente da Comissão de Finanças e Planeamento da Assembleia Nacional, Kimani Kuria, anunciou na terça-feira passada, após uma reunião presidida pelo Presidente do país, William Ruto, antes da apresentação do projeto de lei, que haverá alterações e que alguns impostos serão eliminados.

Entre outros impostos, o IVA sobre o pão foi abolido.

Leia Também: Sobe para 2 o número de mortos em manifestação contra governo da Quénia

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