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Libertação de Assange é "vitória para liberdade de imprensa"

A organização não-governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF) classificou hoje a libertação do fundador do portal Wikileaks, Julian Assange, como "uma vitória para o jornalismo e para a liberdade de imprensa".

Libertação de Assange é "vitória para liberdade de imprensa"
Notícias ao Minuto

16:04 - 25/06/24 por Lusa

Mundo Assange

"Sentimo-nos imensamente aliviados por Julian Assange estar finalmente livre, uma vitória há muito aguardada para o jornalismo e a liberdade de imprensa", afirmou num comunicado a diretora de campanhas da RSF, Rebecca Vincent.

Segundo Vincent, Assange "nunca deveria ter passado um único dia" sem liberdade.

"Nada pode desfazer os últimos 13 anos, mas nunca é demasiado tarde para fazer o que está certo e saudamos a decisão do Governo dos Estados Unidos", acrescentou.

Julian Assange, de 52 anos, foi libertado pelas autoridades britânicas após 1.901 dias de encarceramento numa prisão de alta segurança, enquanto aguardava uma decisão sobre a sua extradição para os Estados Unidos, e já tinha passado sete anos na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou para evitar ser extraditado para a Suécia, onde era acusado de violação, num caso entretanto arquivado.

O fundador do portal digital Wikileaks saiu na segunda-feira da prisão de Belmarsh e foi transportado para o aeroporto de Stansted, onde embarcou num avião, na sequência de um acordo com a Justiça norte-americana, nos termos do qual aceitou declarar-se culpado de conspiração para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais relacionadas com a Defesa e a Segurança Nacional dos Estados Unidos.

Assange vai comparecer na quarta-feira num tribunal das Ilhas Marianas, território norte-americano no Pacífico, para finalizar um acordo de confissão de culpa alcançado com o Departamento de Justiça norte-americano, e será condenado a 62 meses de prisão, uma pena já cumprida em prisão preventiva em Londres, uma decisão que lhe permitirá regressar ao país natal, a Austrália.

Desde 2019 que os Estados Unidos queriam a extradição de Assange, acusado de 18 crimes de espionagem e de intrusão informática, pela divulgação no portal WikiLeaks de documentos secretos que em 2010 e 2011 expuseram violações de direitos humanos cometidas pelo Exército norte-americano no Iraque e no Afeganistão.

Tratou-se de uma das maiores fugas de informação confidencial da história dos Estados Unidos, que revelou segredos das atividades diplomáticas e militares norte-americanas durante as guerras do Iraque e do Afeganistão, bem como dados sobre os detidos na base de Guantánamo, entre outras matérias.

Washington queria julgar Assange por divulgar mais de 700 mil documentos confidenciais e era acusado ao abrigo da Lei de Espionagem de 1917, incorrendo numa pena de até 175 anos de prisão, mas a 20 de maio, o Tribunal Superior de Londres autorizou-o a recorrer da ordem de extradição do Reino Unido para os Estados Unidos.

Com sede na Suécia, a WikiLeaks foi fundada em 2006 e destacou-se por divulgar documentos confidenciais obtidos de fontes anónimas.

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