O voo fretado VJT199 partiu da ilha de Saipan, capital das Ilhas Marianas, por volta das 12h10 (03h10 em Lisboa), avançaram jornalistas da agência de notícias France-Presse.
O avião deverá aterrar na capital australiana, Camberra, pouco antes das 19h00 (10h00 em Lisboa), de acordo com o 'site' de monitorização de voos Flightradar.
"Com esta decisão, parece que poderá sair deste tribunal como um homem livre. Espero que isto ajude a restaurar alguma paz", disse a juíza Ramona Villagomez Manglona, ao proferir a sentença num tribunal das Ilhas Marianas, um território norte-americano no Oceano Pacífico.
A juíza explicou que aceitou o acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, segundo o qual Assange se declarou culpado de uma acusação criminal de conspiração para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais, em violação da lei de espionagem norte-americana.
O acordo implica uma pena de 62 meses de prisão, o período que o australiano já cumpriu na prisão de segurança máxima de Belmarsh, no Reino Unido.
Assange aceitou ainda renunciar ao direito de apresentar recurso e comprometeu-se a destruir qualquer informação confidencial obtida pelo WikiLeaks.
A defesa do australiano solicitou que a audiência fosse realizada no arquipélago devido à sua proximidade com a Austrália e porque Assange não queria viajar para o território continental dos Estados Unidos.
Após a confissão de culpa, os procuradores norte-americanos procederam à leitura do acordo com a defesa de Assange.
O fundador do portal apareceu em tribunal acompanhado por Kevin Rudd, antigo primeiro-ministro da Austrália e atual embaixador australiano nos Estados Unidos.
"Este é um desenvolvimento bem-vindo, mas também sabemos que estes procedimentos são sensíveis e devem ser respeitados", disse o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, aos jornalistas em Camberra.
Assange estava detido em Belmarsh, no leste da capital britânica desde 2019, altura em que foi detido, após sete anos de reclusão na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou para evitar ser extraditado para a Suécia, onde era acusado de violação.
Desde então que os EUA tentavam a extradição de Assange, acusado de 18 crimes de espionagem e de intrusão informática pela divulgação no portal WikiLeaks de documentos confidenciais, que em 2010 e 2011 expuseram violações de direitos humanos cometidas pelo exército norte-americano no Iraque e no Afeganistão.
Washington queria julgar Assange pela divulgação de mais de 700 mil documentos secretos. O australiano estava acusado ao abrigo da Lei de Espionagem de 1917, enfrentando uma possível pena de até 175 anos de prisão.
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