Tentativa de golpe de Estado em curso na Bolívia. Militares nas ruas

O chefe de Estado apelou a que a democracia seja respeitada.

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© AIZAR RALDES/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto
26/06/2024 20:44 ‧ 26/06/2024 por Notícias ao Minuto

Mundo

Bolívia

O presidente da Bolívia, Luis Arce, denunciou estarem a ocorrer "mobilizações irregulares" de algumas unidades do Exército do país, esta quarta-feira, tendo apelado a que a democracia seja respeitada.

"Denunciamos mobilizações irregulares de algumas unidades do Exército Boliviano. A democracia deve ser respeitada", escreveu o responsável, na rede social X (Twitter).

Já o antigo presidente boliviano, Evo Morales, disse estar a desenrolar-se um "golpe de Estado" na capital boliviana, onde militares armados e veículos blindados foram detetados.

"Apelamos a uma mobilização nacional para defender a democracia face ao golpe de Estado liderado pelo general Zuñiga. Declaramos greve geral e bloqueio de estradas por tempo indeterminado. Não permitiremos que as Forças Armadas violem a democracia e intimidem o povo", publicou, na mesma plataforma.

 Luis Arce é o presidente da Bolívia "por enquanto"

Juan José Zúñiga, ameaçou agora "tomar" a sede do poder executivo, após ter ordenado uma mobilização militar nas ruas do país, com armas e carros de combate. "Os três chefes das forças armadas vieram expressar a consternação. Haverá um novo gabinete de ministros, certamente as coisas vão mudar, mas o nosso país não pode continuar assim", afirmou a uma estação de televisão local, citado pela Reuters.

Zúñiga confirmou que as Forças Armadas tomaram a Praça Murillo, em La Paz, afirmando que Luis Arce é o presidente da Bolívia "por enquanto", noticia o Los Tiempos.

Recorde-se que estão a ser publicados vários vídeos nas redes sociais que mostram uma mobilização militar nas ruas da Bolívia. Soldados fortemente armados e veículos blindados foram vistos reunidos na Plaza Murillo, no centro da capital, bem como a arrombar as portas do palácio.

Saliente-se que o general Juan José Zuñiga terá sido destituído do cargo na terça-feira, na sequência das suas declarações sobre a possível recandidatura de Evo Morales, em 2025. O militar destacou, em entrevista ao programa televisivo 'No Mentirás', que Morales não está qualificado para concorrer à presidência e alertou que, para fazer cumprir a Constituição, as Forças Armadas podem detê-lo.

[Notícia atualizada às 22h45]

Leia Também: Parlamento da Bolívia demite líderes dos órgãos judiciais em sessão polémica

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