"Parece que Israel, que devastou Gaza, está agora de olho no Líbano. Vemos que as potências ocidentais apoiam Israel nos bastidores", frisou o chefe de Estado turco, perante os deputados do seu partido no Parlamento.
"Os planos de Netanyahu de estender a guerra à região conduzirão a um grande desastre", acrescentou Erdogan, visando o primeiro-ministro israelita.
Benjamin Netanyahu indicou no domingo que no final da "fase intensa" da sua ofensiva na Faixa de Gaza, o Exército israelita será "capaz de redistribuir certas forças para o norte", perto da fronteira com o Líbano, aumentando os receios de uma extensão do conflito.
"É extremamente sério e patético que estados que falam de liberdade, direitos humanos e justiça sejam reféns de uma pessoa com problemas mentais como Netanyahu", salientou Erdogan, apelando a "outros países da região para mostrarem solidariedade" para com o Líbano".
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia também alertou dois dos seus vizinhos, Grécia e Chipre, na segunda-feira para "ficarem longe" do conflito entre Israel e o Hamas, acusando Chipre e as ilhas gregas de estarem "a ser usadas para operações" que visam a Faixa de Gaza.
Durante uma conversa telefónica, o primeiro-ministro libanês Najib Mikati agradeceu ao Presidente turco pelas suas declarações.
"Apreciamos a posição do Presidente Erdogan e o apoio contínuo da Turquia ao Líbano em todas as áreas e em todos os fóruns internacionais", destacou Mikati, de acordo com o seu gabinete.
Desde o início da guerra, em 07 de outubro, entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, o Hezbollah pró-iraniano e pró-Hamas tem trocado ofensivas diárias na fronteira com o Exército israelita, sendo que esta violência aumentou recentemente de intensidade.
Os Estados Unidos alertaram na terça-feira que um conflito entre Israel e o Hezbollah poderia desencadear uma guerra regional.
Mais de oito meses de violência entre o Hezbollah e o Exército israelita causaram pelo menos 481 mortos no Líbano, incluindo a maioria combatentes do Hezbollah e 94 civis, segundo uma contagem da agência France-Presse (AFP).
Do lado israelita, pelo menos quinze soldados e onze civis foram mortos, segundo Israel.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.130 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, Telavive lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que até ao momento provocou mais de 37 mil mortos e mais de 85 mil feridos, de acordo com as autoridades do enclave palestiniano, controladas pelo Hamas desde 2007.
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