Um jovem de 22 anos foi executado em público na Coreia do Norte por ver e partilhar filmes e música sul-coreanos. O caso foi denunciado num relatório sobre direitos humanos, publicado pelo Ministério da Unificação da Coreia do Sul esta quinta-feira, que conta com testemunhos de 649 desertores norte-coreanos.
De acordo com o testemunho de um desertor anónimo, jovem residia na província de Hwanghae do Sul e foi executado em 2020.
Foi acusado, segundo o The Guardian, de ter ouvido 70 músicas sul-coreanas, o conhecido K-pop, e de ter visto e distribuído três filmes, infringindo uma lei de 2020 que proíbe a "ideologia e cultura reacionárias".
"Uma pessoa, que se crê ser um juiz do tribunal, disse: 'foi detido por ter ouvido 70 canções e três filmes dos canalhas'. Durante o processo de interrogatório, revelaram que ele os tinha distribuído a sete outras pessoas", lê-se no relatório, que cita o testemunho do desertor.
O jovem recebeu o "castigo mais severo", que é a "execução por fuzilamento", ao passo que a punição para quem consumiu o material distribuído "varia consoante a extensão do seu envolvimento".
Outro desertor também anónimo revelou que deixou de ver conteúdos externos por medo de ser punido depois de a lei ter sido promulgada e que testemunhou outras pessoas a serem punidas por terem sido apanhadas.
"Desde que Kim Jong-un chegou ao poder, parece que ele varre tudo o que não gosta", disse o desertor, descrevendo a lei como "irracional".
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