Relacionada com o ataque ao Capitólio em janeiro de 2021, a decisão de hoje "não muda nada sobre os factos (...): Donald Trump perdeu o controlo depois de perder as eleições de 2020 e encorajou uma multidão a anular os resultados de uma eleição livre e justa", comentou à AFP um conselheiro da campanha do Presidente democrata, que se candidata a um segundo mandato.
De acordo com esta fonte, Trump está a concorrer à presidência como um "criminoso condenado" pela "mesma razão" que ficou "de braços cruzados" enquanto a multidão atacava o Capitólio: "ele acredita que está acima da lei e está disposto a fazer qualquer coisa para ganhar e manter o poder".
O Supremo Tribunal dos Estados Unidos concedeu imunidade parcial a Trump, determinando que os seus atos "oficiais" como chefe de Estado estão protegidos, ao contrário dos "não oficiais".
Por seis votos contra três - os dos seis juízes conservadores contra os três progressistas, o Tribunal considerou que "o Presidente não goza de qualquer imunidade pelos seus atos não oficiais", mas que "tem direito a pelo menos uma presunção de imunidade pelos seus atos oficiais".
Donald Trump, em campanha para regressar à Casa Branca, saudou imediatamente a decisão, que qualificou de uma "grande vitória" para a democracia.
No dia do ataque ao Capitólio, Trump organizou um comício à porta da Casa Branca, onde voltou a alegar existência de fraude nas eleições de 2020, ganhas por Biden, e instou os seus apoiantes a "marchar" até à Câmara, dizendo-lhes: "Se não lutarem com todas as vossas forças, deixarão de ter um país".
Durante as primeiras horas do ataque, enquanto a polícia tentava proteger os legisladores e a multidão percorria os corredores, Trump permaneceu em silêncio, a ver televisão. Só posteriormente publicou um vídeo nas redes sociais a pedir aos seus apoiantes que "regressassem a casa".
O ataque ao Capitólio causou cinco mortos, incluindo um agente da polícia, enquanto quatro agentes se suicidaram mais tarde.
A decisão de hoje de reenviar o caso aos tribunais inferiores, reduz efetivamente as possibilidades de o ex-presidente ser julgado antes das eleições de novembro.
[Notícia atualizada às 17h59]
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