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Alemanha deve tornar-se o "país líder" da segurança europeia, diz Polónia

A Alemanha deve tornar-se o "país líder" da segurança europeia comum, declarou hoje o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, durante consultas intergovernamentais entre os dois países em Varsóvia, as primeiras desde 2018.

Alemanha deve tornar-se o "país líder" da segurança europeia, diz Polónia
Notícias ao Minuto

15:17 - 02/07/24 por Lusa

Mundo Polónia

"Não consigo imaginar que a Alemanha não se torne o país líder em termos de segurança europeia comum, incluindo a segurança polaca", afirmou Tusk numa conferência de imprensa conjunta com o homólogo alemão, o chanceler Olaf Scholz, na capital polaca.

Trata-se da primeira reunião neste formato desde 2018, após seis anos marcados por uma retórica antialemã do anterior governo polaco nacionalista populista e por numerosas divergências entre a Alemanha e a Polónia, dois países cuja história comum, nomeadamente a da Segunda Guerra Mundial, conheceu alguns dos momentos mais trágicos.

"A Polónia, uma das maiores vítimas da Segunda Guerra Mundial, e a Alemanha, o autor desta destruição, desta tragédia da Segunda Guerra Mundial, devem hoje, como nações europeias livres e democráticas, trabalhar em conjunto de forma eficaz para garantir a segurança da Europa", sublinhou Tusk, antigo presidente do Conselho Europeu.

Por seu lado, o chanceler alemão sublinhou que "a segurança da Polónia é também a segurança da Alemanha".

"Isto significa precisamente que nós [Polónia e Alemanha] queremos assumir um papel de liderança na região do Báltico no âmbito da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e na proteção do flanco oriental da União Europeia (UE)", acrescentou.

Os dois chefes de Governo sublinharam a necessidade de uma estreita cooperação e coordenação no domínio da defesa europeia entre todos os países da UE, bem como na luta contra a imigração ilegal.

A visita de hoje de Scholz é vista por ambas as partes como uma nova fase nas relações bilaterais, graças à chegada ao poder de Tusk, um liberal e pró-europeu, que se mostrou determinado a corrigir o afastamento em que o anterior governo, eurocético e ultraconservador, mergulhou o eixo Varsóvia/Berlim.

Além de um acordo para a abertura de um importante centro cultural polaco-alemão em Berlim, espera-se que os dois líderes discutam a questão das reparações de guerra da Segunda Guerra Mundial.

Durante a visita a Berlim, em fevereiro, Tusk sublinhou que, no sentido "formal" e jurídico, a questão das reparações foi encerrada há muitos anos, mas "a questão da compensação moral, financeira e material nunca se concretizou".

Além disso, as conversações entre Tusk e Scholz centrar-se-ão na cooperação em matéria de defesa e segurança.

"Hoje em dia, a Europa precisa de uma liderança forte e de uma posição comum em matéria de segurança. Bem-vindo (Olaf Scholz) a Varsóvia", escreveu Tusk na rede social X, momentos antes da chegada do chanceler alemão à capital polaca.

As consultas intergovernamentais surgem poucos dias depois da cimeira do Conselho Europeu, onde a Alemanha se opôs a uma proposta apoiada pela Polónia para aumentar a despesa conjunta com a defesa.

Agnieszka Lada-Konefal, diretora-adjunta do Instituto Alemão para os Assuntos Polacos, disse hoje aos meios de comunicação polacos que as consultas "são o fim do período de visitas de cortesia e de conhecimento mútuo", pelo que, daqui em diante, se passará "à fase de ação, com projetos específicos".

Leia Também: Polónia pede explicações à Alemanha sobre incidente fronteiriço

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