Biden dará na sexta-feira primeira entrevista televisiva desde debate

O Presidente norte-americano, Joe Biden, dará na sexta-feira a sua primeira entrevista desde o polémico debate presidencial da semana passada, anunciou hoje o canal ABC News, que sediará o evento televisivo.

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© Eva Marie Uzcategui/Bloomberg via Getty Images

Lusa
02/07/2024 20:22 ‧ 02/07/2024 por Lusa

Mundo

EUA

Biden será entrevistado pelo apresentador George Stephanopoulos, um ex-diretor de comunicações da Casa Branca.

Uma primeira parte da entrevista será divulgada ainda na sexta-feira e as partes restantes serão exibidas no sábado e domingo.

Já a entrevista completa irá para o ar no domingo e será repetida na segunda-feira, em diferentes programas do canal ABC News.

Em causa está a primeira entrevista de Biden depois de ter sido duramente criticado pelo seu desempenho no debate contra o ex-presidente Donald Trump na semana passada.

O debate presidencial expôs as fragilidades físicas e mentais do chefe de Estado, atualmente com 81 anos, o que levou vários membros do Partido Democrata a equacionar uma mudança de candidato às eleições deste ano.

A ex-líder da Câmara dos Representantes norte-americana Nancy Pelosi considerou hoje "legítimo" questionar a saúde do Presidente e um congressista democrata apelou mesmo a que Joe Biden abandone a corrida presidencial.

Os apelos de democratas eleitos, instando o Presidente e a sua comitiva a serem transparentes sobre a forma do líder octogenário, multiplicaram-se nas últimas horas.

A essas vozes juntou-se hoje Bernie Sanders, um influente senador democrata que goza de grande popularidade entre os jovens eleitores, que descreveu o desempenho recente de Joe Biden no debate como "doloroso".

Numa entrevista, Sanders, ele próprio mais velho do que Biden - 82 anos - admitiu não estar confiante de que o chefe de Estado possa vencer as eleições de novembro.

Porém, o senador progressista de Vermont não quer que Biden se afaste da corrida.

Em vez disso, Sanders, que foi o principal adversário de Biden na disputa pela nomeação do Partido Democrata em 2020, está a pedir aos eleitores "maturidade" ao avaliar as suas opções.

"Uma eleição presidencial não é uma competição dos Grammy Awards para o melhor cantor ou artista. É sobre quem tem as melhores políticas que têm impacto nas nossas vidas", disse Sanders.

"Farei tudo o que puder para ver Biden ser reeleito", assumiu.

Alguns aliados, como Sanders, estão a reconhecer publicamente os problemas de Biden, mas contrastam o histórico e as políticas do democrata com as do republicano Donald Trump.

Contudo, muitos doadores, estrategas e membros do Partido querem mesmo que Biden suspenda a sua campanha de reeleição para evitar aquela que consideram ser uma derrota certa em novembro.

O congressista Lloyd Doggett tornou-se hoje o primeiro legislador do Partido Democrata a pedir publicamente que Joe Biden renuncie à corrida à Casa Branca, argumentando que o desempenho do chefe de Estado no debate não conseguiu "defender efetivamente as suas muitas realizações".

Lloyd Doggett, do Texas, insistiu que Biden deveria "tomar a dolorosa e difícil decisão de se retirar".

"A minha decisão de tornar públicas essas fortes reservas não é feita levianamente, nem diminui de forma alguma o meu respeito por tudo o que o Presidente Biden conquistou", frisou Doggett.

"Reconhecendo que, diferentemente de Trump, o primeiro compromisso do Presidente Biden sempre foi com o nosso país, e não consigo próprio, tenho esperança de que ele tome a dolorosa e difícil decisão de se retirar. Peço respeitosamente que o faça", instou.

Com vários cenários em aberto, pessoas próximas a possíveis substitutos de Biden --- incluindo o governador da Califórnia, Gavin Newsom, a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, e a vice-presidente Kamala Harris --- estão a manter conversas informais sobre os possíveis próximos passos a tomar caso Biden mude abruptamente de rumo e se afaste.

Até agora, não há nenhuma indicação de que o Presidente esteja a considerar renunciar à corrida eleitoral.

Leia Também: "Difícil". Lloyd Doggett apela a que Biden abandone corrida presidencial

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