Taiwan pede à China que explique captura de barco de pesca taiwanês

Taiwan vai pedir à China que explique o "mais rapidamente possível" as razões da inspeção e posterior captura do navio de pesca taiwanês 'Da Jin Man No. 88', que foi intercetado pelas autoridades chinesas perto das ilhas Kinmen.

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Lusa
03/07/2024 09:57 ‧ 03/07/2024 por Lusa

Mundo

Ilhas Kinmen

 

O Conselho de Assuntos Continentais de Taiwan (MAC) - órgão responsável pelas relações com a China - vai pedir às autoridades chinesas uma explicação "sobre os pormenores do incidente e as razões da inspeção e detenção" do navio "para evitar especulações desnecessárias", segundo a agência noticiosa oficial CNA.

Uma vez esclarecidas as causas do incidente, o MAC espera que o navio e a sua tripulação - dois taiwaneses e três indonésios - sejam "libertados" de acordo com os "regulamentos e processos relevantes".

O porta-voz do governo de Taiwan, Chen Shi-kai, reconheceu que o navio entrou em águas chinesas durante a moratória de pesca e instou os pescadores taiwaneses a "não se arriscarem a violar regulamentos".

O porta-voz apelou igualmente às autoridades chinesas para que "compreendam a situação difícil dos pescadores que arriscam a vida para ganhar a vida" e para que libertem o navio e a sua tripulação o mais rapidamente possível.

A embarcação navegava na terça-feira à noite a cerca de 23,7 milhas náuticas (43,89 quilómetros) a nordeste da Baía de Liaoluo quando foi "abordada" e "detida" por dois navios da Guarda Costeira chinesa, segundo um comunicado da Guarda Costeira de Taiwan (CGA).

Após ter recebido a informação, Taiwan enviou três dos seus navios da Guarda Costeira para tentar resgatar a embarcação e emitiu avisos via rádio exigindo a sua "libertação imediata", mas o seu homólogo chinês respondeu dizendo-lhes para "não intervirem" no processo.

Posteriormente, a CGA detetou a presença de quatro outros navios da Guarda Costeira chinesa a aproximarem-se do local do incidente, acabando por optar por suspender os esforços de salvamento para "evitar uma escalada do conflito", referiu o texto oficial.

O "Da Jin Man n.º 88" foi transferido para o porto chinês de Weitou na terça-feira, por volta das 22:00 locais (15:00, em Lisboa, disse a CGA, acrescentando que o navio foi abordado a cerca de 11,2 milhas náuticas (20,74 quilómetros) da cidade de Jinjiang, nas águas territoriais da China.

Numa conferência de imprensa, o diretor-geral adjunto da CGA, Hsieh Ching-chin, disse que a China deteve 17 navios taiwaneses por violação da proibição de pesca desde 2003, dos quais 11 foram libertados após o pagamento de multas e os outros seis foram recuperados pela CGA após negociações com o seu homólogo chinês.

A este respeito, Hsieh apelou à China para não abordar este acontecimento "com fatores políticos".

As ilhas Kinmen, uma das principais fontes de conflito entre Taipé e Pequim desde o fim da guerra civil chinesa em 1949, situam-se a apenas dez quilómetros da cidade chinesa de Xiamen e a 180 quilómetros da ilha principal de Taiwan.

As tensões em torno deste arquipélago, onde vivem cerca de 100.000 taiwaneses, aumentaram em 14 de fevereiro, quando uma lancha chinesa - sem certificado, nome ou número de registo portuário - entrou nas águas ao largo de Kinmen e dois dos seus quatro tripulantes morreram após uma perseguição pela Guarda Costeira de Taiwan.

Na sequência deste incidente, a China anunciou "patrulhas" para "proteger as vidas e os bens dos pescadores" nesta zona: o diretor-geral adjunto da CGA declarou que os navios da Guarda Costeira chinesa atravessaram as águas restritas de Kinmen 29 vezes entre janeiro e junho.

Leia Também: Taiwan acusa China de intercetar navio de pesca taiwanês

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