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Líder conservador diz que EUA vivem "segunda Revolução Americana"

O líder de um grupo de reflexão conservador que prepara uma revisão maciça do governo federal no caso de uma vitória presidencial republicana afirmou que os EUA atravessam uma "segunda Revolução Americana", que será sem sangue "se a esquerda permitir".

Líder conservador diz que EUA vivem "segunda Revolução Americana"
Notícias ao Minuto

23:59 - 03/07/24 por Lusa

Mundo Kevin Roberts

O presidente da Heritage Foundation Kevin Roberts, falava na terça-feira no 'podcast' "War Room" (Sala de Guerra) de Steve Bannon, ideólogo do ex-presidente e candidato presidencial Donald Trump, acrescentando que os republicanos estão "no processo de retomar este país".

Os democratas estão "apopléticos neste momento" porque a direita está a ganhar, disse Roberts ao ex-deputado Dave Brat, o anfitrião convidado do 'podcast', uma vez que Bannon está a cumprir uma pena de prisão de quatro meses por não cooperar com a comissão parlamentar que investiga a invasão ao Capitólio após a posse do democrata Joe Biden na Casa Branca.

"E assim eu faço um círculo completo nesta resposta e só quero encorajá-lo com alguma substância que estamos no processo da segunda Revolução Americana, que permanecerá sem sangue se a esquerda permitir que o seja", comentou ainda.

Os comentários de Roberts mostram como um grupo que promete ter uma influência significativa sobre um possível segundo mandato do ex-presidente Donald Trump está a pensar sobre este momento na política americana.

A fundação Heritage lidera o Projeto 2025, um roteiro abrangente para uma nova administração do Partido Republicano que inclui planos para desmantelar aspetos do governo federal e expulsar milhares de funcionários públicos e favorecer leais a Trump que levarão a cabo uma agenda de direita radical sem reclamar.

O seu apelo à revolução e a vaga referência à violência incomodaram alguns democratas, que o interpretaram como uma ameaça.

James Singer, porta-voz da campanha de reeleição do Presidente Joe Biden, referiu-se ao feriado de 4 de julho desta semana numa declaração enviada por correio eletrónico.

"Há 248 anos, amanhã [quinta-feira], a América declarou independência de um rei tirânico, e agora Donald Trump e seus aliados querem torná-lo um às nossas custas", disse Singer, acrescentando que Trump e os seus aliados estão "a sonhar com uma revolução violenta para destruir a própria ideia da América".

"Isto é arrepiante", escreveu a antiga candidata democrata à presidência Marianne Williamson, na plataforma social X, continuando: "A ideia deles de uma segunda Revolução Americana é desfazer a primeira".

Roberts, cujo nome Bannon recentemente apresentou ao jornal The New York Times como uma opção potencial de chefe de gabinete para Trump, também disse no 'podcast' que os republicanos deveriam ser encorajados pela recente decisão de imunidade do Supremo Tribunal.

O líder conservador disse que a decisão judicial conhecida na segunda-feira - que dá aos presidentes ampla imunidade de acusação - é "vital" para garantir que um chefe de Estado não tenha que "adivinhar, adivinhar triplamente cada decisão que está a tomar na sua capacidade oficial".

Heidi Beirich, co-fundadora do Projeto Global Contra o Ódio e o Extremismo, disse que os comentários de Roberts sobre uma "segunda Revolução Americana" são "um pouco aterradores mas também elucidativos".

O manual de 1.000 páginas do Projeto 2025 apela a mudanças de grande alcance na administração norte-americana, incluindo o retrocesso das proteções para a comunidade LGBTQ e a infusão do cristianismo mais profundamente na sociedade.

"Roberts, a Heritage Foundation e os seus aliados no Projeto 2025 querem reordenar a sociedade americana e mudá-la fundamentalmente", disse Beirich.

Roberts, acrescentou, " disse a parte silenciosa em voz alta".

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