"Viktor Orbán, os rumores sobre a sua visita a Moscovo não podem ser verdadeiros, pois não?", questionou Donald Tusk na rede social X.
Segundo o 'site' de investigação 'online' VSquare, especializado na Europa Central, e o meio de comunicação RFE/RL, com base em fontes anónimas, Viktor Orbán é esperado na capital russa na sexta-feira, três dias depois de uma viagem surpresa a Kiev.
A confirmar-se, será a primeira visita de um líder europeu a Moscovo desde o chanceler austríaco, Karl Nehammer, em abril de 2022, dois meses após a invasão russa da Ucrânia.
The rumours about your visit to Moscow cannot be true @PM_ViktorOrban, or can they?
— Donald Tusk (@donaldtusk) July 4, 2024
Também o presidente do Conselho Europeu manifestou a sua inquietação com a possível visita de Orbán, assinalando no X que a presidência rotativa da União Europeia, exercida por Budapeste, "não tem mandato para dialogar com a Rússia" em nome dos 27.
"A posição do Conselho Europeu é clara: a Rússia é o agressor, a Ucrânia é a vítima. Nenhuma discussão pode ocorrer sem a Ucrânia", acrescentou Charles Michel.
Questionado pela agência France Presse de manhã, o Governo húngaro recusou comentar mas, no início da semana, Orbán tinha alertado para "notícias surpreendentes vindas de lugares surpreendentes".
Mantendo-se próximo do Kremlin, o líder nacionalista apelou na terça-feira à Ucrânia para um "cessar-fogo", indo contra as posições europeias e contra o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que sugeriu, por seu lado, que Orbán alinhasse com os esforços de paz de Kiev.
Orbán agradeceu ao Presidente ucraniano a sinceridade da conversa e prometeu relatar o conteúdo destas discussões ao Conselho da União Europeia "para que possam ser tomadas as decisões europeias necessárias".
Apesar da guerra, a Hungria reforçou os laços políticos e económicos com o Kremlin. Viktor Orbán reuniu-se também com Vladimir Putin em Pequim, em outubro de 2023, para discutir cooperação energética.
O líder húngaro desaprova as sanções aprovadas contra a Rússia e destaca-se também pela sua oposição a qualquer ajuda militar a Kiev, bloqueando regularmente os esforços europeus neste domínio.
Este dirigente eurocético, no poder sem interrupções desde 2010, também se opôs veementemente a qualquer discussão sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia, avaliando que este país não está preparado.
Finalmente concordou em abandonar a mesa de cimeira dos 27 em dezembro passado, enquanto os outros 26 líderes decidiram abrir negociações.
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