Fontes locais, citadas pela Radio France Internationale, afirmaram que os corpos foram recuperados num raio de 40 quilómetros em torno de Abeibara e disseram que alguns foram encontrados em valas comuns, e outros em zonas arborizadas, alguns deles com as mãos atacadas.
Segundo a organização de defesa dos direitos humanos Kal Akal, dirigentes locais e membros da coligação rebelde tuaregue Quadro Estratégico Permanente para a Paz, a Segurança e o Desenvolvimento (CSP-PSD) indicaram que o exército maliano e o Grupo Wagner realizaram várias operações nas duas últimas semanas de junho na zona, sem que a junta militar se tenha pronunciado sobre o assunto.
A maioria das vítimas são civis, embora a Kal Akal tenha acrescentado que entre elas se encontra também um miliciano rebelde e pelo menos seis membros do Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos, um ramo da Al-Qaida que opera no Mali, responsável por dezenas de ataques e atentados no país africano nos últimos anos.
O Mali, tal como outros países do Sahel, tem registado um número crescente de ataques terroristas nos últimos anos, tanto por parte da filial da Al-Qaida na região como por parte do Estado Islâmico.
Além disso, nos últimos meses, reacendeu-se o conflito entre as autoridades centrais e os grupos rebeldes tuaregues no norte, na chamada região de Azawad.
O país é atualmente liderado por uma junta militar na sequência dos golpes de Estado de agosto de 2020 e maio de 2021, ambos liderados por Assimi Goita, o atual Presidente de transição, que tem vindo a aproximar-se da Rússia, ao mesmo tempo que se distancia da França e dos governos ocidentais.
Leia Também: Kremlin e imprensa russa ignoram aniversário de motim do Grupo Wagner