O anúncio foi feito numa entrevista do major-general da Força Aérea, Kenneth Ekman, que disse que os últimos 500 efetivos ficarão até agosto numa base de 'drones' [aparelhos aéreos não tripulados] e que a retirada respeita o acordo estabelecido com a junta militar no poder desde o golpe de Estado de 26 de julho de 2023, e que era 15 de setembro.
Ekman acrescentou que algumas pequenas equipas de 10 a 20 militares, incluindo forças de operações especiais, foram transferidas para outros países da África Ocidental, mas a maior parte irá, pelo menos inicialmente, para a Europa.
A retirada das tropas norte-americanas do Níger, na sequência do golpe de Estado, tem amplas ramificações para os EUA, porque está a obrigar as tropas a abandonar a base de 'drones', que era utilizada para missões antiterroristas no Sahel.
Ekman acrescentou que outros países da África Ocidental querem trabalhar com os EUA e podem estar abertos a uma presença alargada norte-americana, mas não deu detalhes, embora outros responsáveis norte-americanos tenham apontado a Costa do Marfim e o Gana como exemplos.
O major-general Ekman, que é diretor de estratégia no Comando Africano dos EUA, está a liderar a retirada militar dos EUA da pequena base no aeroporto de Niamey, capital do Níger, e da base antiterrorista maior na cidade de Agadez.
Segundo o militar norte-americano, haverá uma cerimónia no domingo para assinalar a conclusão da retirada da base do aeroporto e, em seguida, partirão os últimos 100 soldados e o último avião de transporte C-17.
Na conferência de imprensa, feita na embaixada dos EUA em Niamey, Ekman disse que algum equipamento, como tendas e veículos que já não são úteis serão deixados para trás, mas alguns equipamentos, como exemplo 18 geradores de 1,8 toneladas, no valor de mais de 1 milhão de euros cada, serão retirados de Agadez.
Ao contrário do que aconteceu na retirada do Afeganistão, os EUA não estão a destruir equipamentos ou instalações quando saem.
"O nosso objetivo na execução é deixar as coisas no melhor estado possível", disse.
"Se saíssemos e deixássemos tudo destruído, ou se saíssemos com rancor, ou se destruíssemos as coisas à medida que saíssemos, estaríamos a excluir opções" para futuras relações de segurança, explicou.
A junta no poder no Níger ordenou a saída das forças americanas do país na sequência da destituição do Presidente democraticamente eleito por soldados amotinados.
As forças francesas também foram convidadas a abandonar o país, uma vez que a junta militar recorreu ao grupo mercenário russo Wagner para obter assistência em matéria de segurança.
Em outubro, Washington classificou oficialmente a tomada de poder pelos militares como um golpe de Estado, espoletando a aplicação da legislação norte-americana que restringe o apoio e a ajuda militar.
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