Em reação aos ataques em grande escala atribuídos às forças russas em várias cidades da Ucrânia, que deixaram dezenas de mortos e feridos, o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal lamenta "mais um terrível ato terrorista contra a população civil".
Em comunicado, Pavlo Sadokha salienta que o Presidente russo "não se contentou em deportar da Ucrânia 700 mil crianças", citando dados anunciados pelo presidente do Comité Internacional do Conselho da Federação Russa, Grigory Karasin, e hoje Vladimir Putin "deu ordem para atacar o maior hospital infantil" do país.
"Diante desta dor terrível para nós, voltamos a pedir que se reconheça que isto não é uma guerra, mas um genocídio contra os ucranianos. Além disso, solicitamos a imposição de novas sanções rigorosas contra o estado terrorista - a Federação Russa - e contra todos os que apoiam a agressão russa", declara o comunicado.
Para a Associação dos Ucranianos em Portugal, as sanções devem aplicar-se "a todos os agentes económicos que geram lucros para a economia russa, mas também a outras áreas que promovem o regime terrorista russo", incluindo o setor cultural.
"Por que devem existir restrições para os trabalhadores migrantes que buscam melhorar a sua situação económica com trabalho honesto, enquanto ao mesmo tempo se emitem vistos livremente para artistas russos que apoiam o regime criminoso de Putin? ", questiona o presidente da entidade.
No comunicado, Pavlo Sadokha refere como exemplo a participação da artista russa Nina Kraviz no festival Super Bock Super Rock, acusando-a de ser apoiante do líder do Kremlin.
"Aquela que apoia Putin estará em Portugal para entreter as pessoas e ganhar grandes lucros com isso! À luz da tragédia de hoje, resultado do bombardeamento do hospital infantil em Kyiv, isso parece desumano", lamenta a Associação dos Ucranianos, que pede ainda restrições à emissão de vistos para seguidores de um "regime terrorista" que está "a conduzir uma guerra genocida".
As forças russas dispararam "mais de 40 mísseis" hoje contra várias cidades da Ucrânia, segundo o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no Telegram.
Os ataques deixaram mais de 20 mortos, dezenas de feridos e atingiram um hospital infantil em Kyiv, de acordo com as autoridades ucranianas.
O Ministério da Defesa russo negou ter atacado deliberadamente infraestruturas civis em várias cidades ucranianas e responsabilizou as defesas antiaéreas por danos causados em locais como Kyiv.
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