"Não há forma de proporcionar uma defesa forte sem uma indústria de defesa forte", sublinhou Jens Stoltenberg durante a reunião, organizada por ocasião da Cimeira da NATO em Washington.
Stoltenberg mostrou-se convencido de que a Aliança pode aproveitar os seus pontos fortes quando se trata de "aumentar a procura de contratos de longo prazo", que é a forma de dar segurança à indústria militar para aumentar a sua produção.
Durante o evento, Stoltenberg lembrou que os aliados assinarão um novo compromisso industrial de defesa que contribuirá para tornar este setor, tanto na Europa como na América do Norte, "mais forte, mais inovador e mais capaz de produzir ao nível das circunstâncias".
Em primeiro lugar, este pacto baseia-se no aumento dos gastos com a defesa e, em segundo lugar, em "gastar melhor, gastando mais juntos".
"Em parte para garantir que somos capazes de assinar contratos grandes e de longo prazo e em parte para garantir que somos capazes de utilizar economias de escala trabalhando em conjunto", acrescentou.
O político norueguês sublinhou a importância de a Aliança conseguir manter a interoperabilidade e preencher lacunas como as reveladas pela guerra na Ucrânia, que mostrou que as reservas nos arsenais eram "muito pequenas" e a capacidade de produção da indústria "muito escassa."
"Somos totalmente dependentes de vocês, porque vocês realmente fornecem e produzem as capacidades que precisamos. As armas, as munições, os sistemas que precisamos para ter uma defesa forte", enfatizou, direcionando-se aos representantes da indústria militar.
Stoltenberg pediu também que a indústria tenha simultaneamente em conta as limitações que os Governos, os seus principais clientes, têm ao fazer investimentos militares.
Ainda hoje, durante um encontro com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, Jens Stoltenber agradeceu publicamente ao Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pela sua "liderança" nas grandes decisões que a Aliança Atlântica tomou nos últimos anos.
A mensagem de apoio surge num momento em em que o político democrata é cada vez mais questionado dentro do seu país pelo seu fraco desempenho no último debate eleitoral e quando muitos aliados temem que o republicano Donald Trump regresse à Casa Branca.
O secretário-geral da NATO traçou três tópicos centrais para a Cimeira de Washington: impulsionar a defesa dos Estados membros e a dissuasão aliadas; apoiar os esforços da Ucrânia para se defender, que apontou como "a tarefa mais urgente" da Aliança Atlântica; e continuar a fortalecer as parcerias globais da NATO "especialmente no Indo-Pacífico", tendo convidado para a reunião os líderes da Austrália, Japão, Nova Zelândia e da Coreia do Sul.
O pacote de apoio à Ucrânia - que deverá fixar uma ajuda anual dos aliados de 40 mil milhões de euros por ano -- implicará ainda que a NATO assuma a tarefa de coordenar a ajuda militar que este país recebe para se defender da invasão russa, bem como as iniciativas de treino das suas forças, através de um comando liderado por um general de três estrelas e com cerca de 700 pessoas a trabalhar numa sede da NATO na Alemanha.
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