"Defender a liberdade e democracia é agora" e o lugar é a Ucrânia

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, avisou hoje os membros da Aliança Atlântica que o tempo para "defender a liberdade e democracia é agora" e o lugar é a Ucrânia.

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© Getty Images/Omar Havana

Lusa
09/07/2024 23:12 ‧ 09/07/2024 por Lusa

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Na cerimónia comemorativa do 75.º Aniversário da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), na cimeira que decorre entre hoje e quinta-feira em Washington, Stoltenberg elogiou a determinação dos aliados no apoio à Ucrânia, mas avisou que tem de continuar no futuro, apesar de ter custos e riscos.

"O maior custo e o maior risco seria a Rússia ganhar na Ucrânia", disse, alertando que o resultado desta guerra vai moldar a segurança global nas próximas décadas.

"O tempo para defender a liberdade e a democracia é agora. O lugar é a Ucrânia", disse.

Stoltenberg, que cessa em outubro as funções de secretário-geral da NATO que ocupa há dez anos, admitiu que não há opções sem custos quando se tem "a Rússia como vizinho" e que numa guerra não há opções sem risco.

O antigo primeiro-ministro norueguês defendeu que uma vitória da Rússia "não pode acontecer", porque não só fortaleceria o Presidente russo, mas "outros líderes autoritários no Irão, Coreia do Norte e China".

"Todos apoiam a guerra brutal da Rússia. Todos querem que a NATO falhe", afirmou.

No início da sua intervenção, Stoltenberg fez uma saudação especial ao Presidente da Ucrânia, que já está em Washington e participará na quinta-feira na cimeira, na reunião do Conselho NATO-Ucrânia.

"Caro Volodymyr, prestamos tributo à sua liderança e à coragem extraordinária do povo ucraniano. Demonstram todos os dias o valor da liberdade", disse.

O secretário-geral da NATO recordou que, há 75 anos, foi na sala onde hoje decorreu a cerimónia que 12 países - incluindo Portugal - assinaram o tratado fundador da Aliança Atlântica e assumiram o compromisso de "um por todos e todos por um".

"A paz foi preservada, a liberdade foi salvaguardada, o que faz da NATO a aliança mais bem-sucedida da nossa história", afirmou, salientando que hoje já é também a mais longa.

Stoltenberg considerou que o sucesso da NATO assenta em ser o resultado de "escolhas deliberadas e decisões difíceis", e não ser um dado adquirido.

Como exemplo, apontou a decisão de integrar na NATO antigos parceiros do Pacto de Varsóvia, tendo-se colocado a questão se a Aliança estava "pronta para abrir a sua porta".

"Alguns temeram que o alargamento diluísse e enfraquecesse a NATO e provocasse Moscovo. Não era uma escolha óbvia, não era uma decisão fácil", referiu, considerando que, no final, a NATO apoiou o direito de cada nação escolher o seu próprio destino.

"E abrimos a porta da NATO. Dificilmente outra decisão na história moderna mudou a Europa tão profundamente", disse, defendendo que o alargamento da Aliança "unificou a Europa de uma forma antes impensável" e abriu caminho à integração de alguns países na União Europeia.

Por isso, sublinhou, tal como a NATO não era um dado adquirido em 1949, também não é agora nem será em décadas.

"Todos nesta sala têm responsabilidade como líderes políticos, especialistas, cidadãos. Temos de mostrar a mesma coragem e determinação no futuro, tal como foi demonstrada no passado quando a NATO foi fundada", pediu.

Stoltenberg reconheceu que a Aliança "não é perfeita e vai continuar a enfrentar decisões difíceis no futuro".

"Mas estamos no nosso melhor quando enfrentamos as decisões difíceis com coragem política e clareza moral. Sei que somos mais fortes e mais seguros juntos, na NATO. É bom ter amigos", saudou.

Na cerimónia, na qual discursou também o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, estiveram presentes os chefes de Governo e de Estado dos 32 países aliados, incluindo o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, que chegou hoje à tarde a Washington para participar na Cimeira.

Portugal é um dos 12 países da Europa e da América do Norte que fundaram a NATO em 1949.

[Notícia atualizada às 23h35]

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