Combates intensos em Gaza com negociações de paz no Qatar

Intensos combates decorrem hoje em Gaza, bombardeada pelo exército israelita, apesar de ter acabado quarta-feira uma vasta operação israelita no setor oriental da cidade, totalmente devastada, no décimo mês de guerra contra o movimento islamita palestiniano Hamas.

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© Getty Images

Lusa
11/07/2024 13:57 ‧ 11/07/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Após meses de esforços diplomáticos infrutíferos, estão a decorrer hoje novas conversações no Qatar, país mediador juntamente com os Estados Unidos e o Egito, numa tentativa de avançar para um cessar-fogo e para a libertação dos reféns raptados durante o ataque do Hamas a Israel, a 07 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra.

 

O chefe da Mossad, David Barnea, e o diretor da CIA, William Burns, chegaram quarta-feira a Doha.

Hoje, o exército israelita anunciou que prosseguia a operação no centro da cidade de Gaza (norte) contra os combatentes "integrados na sede da UNRWA", a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos.

Na cidade de Gaza, registaram-se também confrontos em Tal al-Hawa, no sul, e bombardeamentos em Sabra (oeste), segundo o exército e jornalistas da AFP.

Na quarta-feira à noite, o exército israelita anunciou que tinha "concluído" as operações lançadas a 27 de junho em Shujaia, a leste da cidade de Gaza, que levaram ao desmantelamento de "oito túneis" e à eliminação de "dezenas de terroristas", segundo um comunicado de imprensa.

Ainda na quarta-feira, o exército apelou à retirada de todos os residentes de Gaza, cerca de 300.000 a 350.000 pessoas, segundo a ONU, através de panfletos em que avisou que a cidade, onde tinha anunciado no início de janeiro que tinha "concluído o desmantelamento da estrutura militar" do Hamas, continuava a ser "uma zona de combate perigosa".

A guerra eclodiu a 07 de outubro de 2023, após um ataque sem precedentes dos comandos do Hamas infiltrados no sul de Israel a partir de Gaza, que causou a morte de cerca de 1.200 israelitas, na maioria civis, tendo sido sequestradas mais de 240 pessoas -- 116 delas continuam retidas na Faixa de Gaza e 42 mortas, segundo o exército.

Em resposta, Israel prometeu destruir o Hamas, que está no poder em Gaza desde 2007, e lançou uma ofensiva militar que já causou 38.345 mortes, incluindo 50 nas últimas 24 horas, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do governo de Gaza liderado pelo Hamas.

O exército israelita declarou também hoje que prosseguia as operações na região de Rafah (sul), na fronteira com o Egito, reivindicando ter "eliminado dezenas de terroristas", incluindo Hassan Abu Kouik, descrito como um dos chefes da segurança operacional das forças de segurança interna do Hamas, que tinha "realizado numerosos ataques terroristas" contra Israel.

A situação no território sitiado é catastrófica: a ajuda humanitária está de prevenção no lado palestiniano do posto de controlo de Kerem Shalom (sul). As Nações Unidas e Israel acusam-se mutuamente do bloqueio das distribuições.

Samantha Power, administradora da agência norte-americana para o desenvolvimento (USAID), chegou hoje a Israel para apelar a um aumento do fluxo de ajuda humanitária.

Na frente diplomática, os mediadores relançaram os esforços para avançar para um cessar-fogo.

No domingo, o Hamas anunciou uma concessão, afirmando que aceitaria negociar a libertação dos reféns na ausência de um cessar-fogo permanente com Israel, que até agora sempre exigiu.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reiterou o seu empenho num acordo de cessar-fogo "desde que as 'linhas vermelhas' de Israel sejam respeitadas", reiterando que pretende continuar a guerra até que o Hamas seja destruído e todos os reféns sejam libertados.

No entanto, um responsável do movimento islamita palestiniano, Hossam Badran, disse à AFP que a "intensificação" dos "massacres" israelitas na Faixa de Gaza nos últimos dias reforçou as exigências do movimento islamita.

Noutra frente, Israel afirmou hoje ter intercetado vários 'drones' provenientes do Líbano, na sua fronteira norte, palco de recorrentes trocas de tiros entre o exército israelita e o movimento islamita libanês Hezbollah, aliado do Hamas.

Leia Também: Presidente eleito do Irão reafirma apoio a Palestina em mensagem ao Hamas

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