Israel. Ministro da Defesa pede investigação sobre erros de 07 de outubro

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, pediu hoje a criação de uma comissão estatal para investigar os erros cometidos pelas autoridades israelitas antes e durante os ataques do Hamas de 07 de outubro de 2023.

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© DREW ANGERER/AFP via Getty Images

Lusa
11/07/2024 18:50 ‧ 11/07/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

"Esta comissão de inquérito deve examinar as falhas operacionais e de inteligência de 07 de outubro, lidar com o processo de gestão da guerra e abordar a acumulação de forças do Hamas na última década", disse o ministro durante uma cerimónia de graduação de cadetes do exército.

 

Com as declarações, Gallant distanciou-se mais uma vez do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, cuja posição é que qualquer investigação sobre as ações das autoridades durante o 07 de outubro deve esperar até que a guerra contra o Hamas em Gaza termine.

Gallant insistiu que o exército deve "reconstruir a confiança que foi danificada" e disse que a comissão deve investigar a si, a Netanyahu e a membros superiores do exército e das agências de segurança israelitas (Mossad e Shin Bet).

As suas observações surgem depois de o exército israelita ter apresentado hoje desculpas públicas por um ataque de milicianos do Hamas, também a 07 de outubro, que matou vários residentes israelitas do kibutz de Be'eri (comunidade agrícola), perto da fronteira de Gaza.

"Falhámos na proteção do kibutz", reconheceu o porta-voz militar israelita Daniel Hagari, acompanhado pelo major-general Mickey Edelstein, perante os membros retirados de Be'eri, ao apresentar os resultados da investigação militar sobre o acontecimento, em que 13 israelitas foram mortos no fogo cruzado entre milicianos palestinianos e tropas.

A apresentação de hoje foi uma das poucas ocasiões em que as autoridades israelitas assumiram a responsabilidade pelos acontecimentos de 07 de outubro, sendo o silêncio de Netanyahu um dos mais criticados a este respeito.

Quarta-feira à noite, o chefe do distrito sul do serviço de informações internas de Israel (Shin Bet) - cuja identidade, tal como a de todos os funcionários da agência, não foi revelada - demitiu-se, tornando-se o primeiro membro do organismo a fazê-lo por causa das falhas de informação que levaram ao massacre de outubro.

O ex-chefe será substituído por um alto funcionário da divisão do Shin Bet na Cisjordânia ocupada, segundo reportou hoje o canal de notícias israelita 12.

Até à data, só se registaram duas demissões de relevo nas forças armadas devido aos erros do '07 de outubro'.

A primeira foi a 22 de abril passado, quando o chefe dos serviços secretos militares israelitas, o general Aharon Haliva, se demitiu após 38 anos de serviço militar.

O segundo foi a 09 de junho, quando o brigadeiro-general Avi Rosenfeld, comandante da divisão de Gaza, se demitiu depois de não ter conseguido proteger "as comunidades (da fronteira de Gaza), milhares de residentes, milhares de participantes no festival de música de Reim e as forças estacionadas nos postos avançados".

Em outubro, o chefe do Shin Bet, Ron Bar, pediu desculpa pelo sucedido no '07 de outubro' e assumiu a responsabilidade, mas, por enquanto, continua em funções.

Leia Também: Ministro da Defesa diz que Israel eliminou 60% dos combatentes do Hamas

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