Os meios de comunicação israelitas sugerem hoje que o plano poderá receber a aprovação parlamentar e a luz verde do executivo já no próximo domingo.
Uma vez aprovada, a medida estará em vigor durante os próximos oito anos.
O Movimento para um Governo de Qualidade em Israel, uma organização pró-democracia, criticou a decisão de prolongar o serviço militar obrigatório enquanto 63.000 judeus ultraortodoxos em idade militar não tiverem sido convocados para o exército.
"Enquanto não houver um recrutamento equitativo, não há justificação legal ou moral para colocar mais peso nas costas daqueles que já estão a servir", afirmou o presidente do grupo, Eliad Shraga, num comunicado.
O Ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, aprovou na terça-feira o envio de ordens de recrutamento para os judeus ultraortodoxos ('haredim') a partir de agosto, na sequência da decisão do Supremo Tribunal, que obrigou o exército a integrar este segmento da população nas suas fileiras.
A questão provocou uma reação furiosa da população 'haredi', que receia que, ao enviar os seus jovens para o exército, estes percam os seus costumes e tradições ultra-religiosas e abandonem a sua comunidade.
Em comunicado, o Ministério da Defesa de Israel informou que Gallant aprovou o destacamento, mas não especificou quantos dos cerca de 63.000 jovens 'haredi' em idade militar receberão ordens de alistamento.
As forças armadas israelitas já avisaram que, até 2024, só poderão recrutar 3.000, uma vez que os judeus ultraortodoxos têm requisitos especiais em domínios como a alimentação ou a convivência com mulheres, e o exército teria de acomodar os novos recrutas em batalhões especiais.
Desde a fundação do Estado de Israel em 1948, os jovens que estudam a tempo inteiro numa escola talmúdica ('yeshiva') estão isentos do serviço militar, que é obrigatório para grande parte da sociedade israelita (os árabes israelitas também estão isentos).
A isenção, que foi alargada através de disposições especiais até há alguns meses atrás, sempre foi uma fonte de controvérsia, e ainda mais depois do início da guerra em Gaza e da escalada da tensão na fronteira com o Líbano, que colocaram o exército à beira de uma crise de efetivos.
A guerra eclodiu a 07 de outubro de 2023, após o ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, que causou a morte de cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e ao sequestro de 251 pessoas. Desse total, 116 ainda são reféns em Gaza, 42 das quais foram declaradas mortas pelo exército.
Em resposta, Israel prometeu destruir o Hamas e a sua ofensiva militar, que devastou a Faixa de Gaza, provocou até agora 38.345 mortos, a maioria civis.
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