"É uma tentativa clara de justificar os crimes de genocídio e de limpeza étnica cometidos pelos neonazis da ocupação contra crianças e mulheres na Faixa de Gaza", afirmou o Hamas em comunicado.
O presidente da Argentina, Javier Milei, declarou na sexta-feira o Hamas como organização terrorista internacional para o Estado argentino.
"O Hamas reivindicou a responsabilidade pelas atrocidades cometidas durante o ataque a Israel em 07 de outubro. Isto vem juntar-se a um extenso historial de ataques terroristas em seu nome", afirmou o Estado argentino numa declaração institucional.
Os Estados Unidos, a União Europeia, o Reino Unido e a Austrália também consideram o Hamas um grupo terrorista.
"Consideramos que esta decisão injusta é errada e tendenciosa a favor da ocupação nazi, que está perante o Tribunal Internacional de Justiça por ter cometido o crime de genocídio contra o nosso povo palestiniano", declarou o Hamas no comunicado.
Os islamistas exigem que o governo argentino se retrate dessa decisão e "se abstenha de alinhar com a narrativa criminosa da ocupação sionista e se coloque do lado da justiça e do direito dos povos à liberdade e à autodeterminação".
Desde que assumiu o cargo, Milei tem-se alinhado com Israel, onde em fevereiro fez uma das suas primeiras visitas oficiais ao estrangeiro e anunciou a transferência da embaixada argentina de Telavive para Jerusalém.
Israel lançou a campanha na Faixa de Gaza depois do ataque do Hamas, em 07 de outubro, quando militantes do movimento entraram no sul de Israel, mataram 1.200 pessoas, maioritariamente civis, e raptaram cerca de 250.
Desde então, as ofensivas terrestres e os bombardeamentos de Israel mataram mais de 38.443 pessoas em Gaza e feriram mais de 88.000, de acordo com o Ministério da Saúde do território, que não distingue civis e combatentes na contagem das vítimas.
Mais de 80% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza foram expulsos de casa e a maioria encontra-se agora em acampamentos.
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