A irmã do líder norte-coreano prometeu responder, no domingo, àquilo a que chamou uma nova campanha com panfletos sul-coreanos, dando a entender que a Coreia do Norte irá em breve retomar o lançamento de balões com lixo para o outro lado da fronteira.
Numa declaração divulgada pelos meios de comunicação social estatais, citada pela Associated Press, Kim Yo-jong afirmou que "panfletos sujos e coisas da escumalha (sul-coreanos)" foram novamente encontrados na fronteira e noutras zonas da Coreia do Norte no domingo de manhã.
"Apesar dos repetidos avisos da (Coreia do Norte), a escumalha (sul-coreana) não está a parar com este jogo grosseiro e sujo", afirmou, acrescentando que o país introduziu "plenamente as contramedidas nesta situação". "Os clãs (sul-coreanos) vão ficar cansados de sofrer um amargo embaraço e devem estar prontos para pagar um preço muito alto pelo seu jogo sujo", frisou ainda.
A declaração de Kim Yo-jong acontece um dia depois de o Ministério da Defesa da Coreia do Norte ter ameaçado reforçar sua capacidade nuclear e fazer os EUA e a Coreia do Sul pagarem "um preço inimaginavelmente severo" ao criticar as novas diretrizes de defesa dos seus rivais que, segundo o executivo, revelam a intenção de invadir o Norte.
De recordar que desde finais de maio, a Coreia do Norte tem lançado uma série de balões com resíduos de papel, restos de tecido, pontas de cigarro e até estrume em direção à Coreia do Sul, numa série de lançamentos noturnos, afirmando tratar-se de uma ação de retaliação contra os ativistas sul-coreanos que espalham panfletos políticos através dos seus próprios balões.
A Coreia do Norte enviou pela última vez balões de transporte de lixo para a Coreia do Sul no final de julho. Não é claro se, e de que grupo de ativistas da Coreia do Sul, tinham sido enviados balões para a Coreia do Norte recentemente.
Durante anos, grupos liderados por desertores norte-coreanos lançaram balões enormes com panfletos anti-Pyongyang, pen drives com canções K-pop e teatro sul-coreano e notas de dólar americano em direção à Coreia do Norte.
Segundo os especialistas, a Coreia do Norte encara estas campanhas de balões como uma grave provocação que pode ameaçar a sua liderança, uma vez que proíbe o acesso oficial a notícias estrangeiras à maioria dos seus 26 milhões de habitantes.
Em 9 de junho, a Coreia do Sul voltou a colocar altifalantes gigantescos ao longo da fronteira, pela primeira vez em seis anos, e retomou as emissões de propaganda contra a Coreia do Norte.
As autoridades sul-coreanas afirmam que não restringem os ativistas de enviar panfletos para a Coreia do Norte, em conformidade com uma decisão do tribunal constitucional de 2023 que derrubou uma lei controversa que criminalizava esse tipo de panfletagem, considerando-a uma violação da liberdade de expressão.
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