"A escala da perda é impressionante: quase todas as famílias que encontramos perderam um dos pais, um filho, um cônjuge", diz o líder da equipa médica da organização não-governamental (ONG), Javid Abdelmoneim, sobre os ataques israelitas de terça-feira.
"Durante nove meses, testemunhámos mortes e traumas quase constantes. Nenhum lugar em Gaza é poupado desse derramamento de sangue", acrescentou Abdelmoneim.
Na terça-feira, segundo o responsável da ONG, "após os bombardeamentos, as equipas dos MSF responderam, mais uma vez, ao fluxo em massa de vítimas na clínica dos MSF e no hospital Nasser, no sul de Gaza, e no hospital Al-Aqsa, em Deir El-Balah. Isso ocorre poucos dias após o hospital Al-Nasser ter recebido centenas de feridos e mortos".
"Desde o início de julho, nossas equipas responderam a quatro incidentes com vítimas em massa. A cada ataque, o pessoal médico em Gaza é colocado sob uma pressão insuportável num sistema de saúde que já está no limite", sublinhou.
Segundo Abdelmoneim, "a equipa médica faz o possível para salvar vidas em hospitais já sobrecarregados e que carecem até mesmo dos suprimentos mais básicos (...). Entretanto, mais pessoas vão morrer a cada segundo dos combates e os suprimentos vitais vão chegar com atrasos e impedidos de entrar em Gaza", referiu o médico britânico.
As autoridades da Faixa de Gaza disseram hoje que cinco bombardeamentos israelitas, que atingiram na terça-feira à noite e esta madrugada o enclave, incluindo uma escola que alberga deslocados, fizeram 57 mortos.
Israel combate na Faixa de Gaza o movimento islamita Hamas, que atacou território israelita em 07 de outubro, fazendo cerca de 1.200 mortos e raptando mais de duas centenas de pessoas.
A retaliação israelita cerca de 38.800 mortos, de acordo com os números divulgados pelo Hamas.
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