"Uma segunda presidência de Trump minaria os próprios fundamentos da nossa democracia, e tenho sérias preocupações sobre a capacidade do Presidente de derrotar Donald Trump em novembro", afirmou o influente congressista, eleito pelo estado da Califórnia, num comunicado citado pelo jornal Los Angeles Times.
"Não obstante seja apenas do Presidente Biden a escolha de se retirar da campanha, eu acredito ser altura de ele passar o testemunho" e "assim garantir o seu legado de liderança, permitindo derrotar Donald Trump nas próximas eleições", justificou Schiff, este ano candidato ao Senado (câmara alta do Congresso norte-americano), numa altura em que a liderança do Partido Democrata tenta agendar uma confirmação de Biden como candidato por videoconferência, antes mesmo da Convenção Nacional Democrata do próximo mês.
Quase 20 eleitos democratas nas duas câmaras do Congresso pediram já a Biden para se retirar da corrida presidencial após o débil desempenho no debate televisivo no mês passado contra Donald Trump, que tem vindo a alargar a sua vantagem nas sondagens.
Segundo uma sondagem hoje divulgada, quase dois terços dos democratas afirmam que Joe Biden deve retirar-se da corrida presidencial e deixar o partido nomear um candidato diferente.
A nova sondagem do AP-NORC Center for Public Affairs Research, realizada no momento em que Biden tenta salvar a sua candidatura, prejudica fortemente o seu argumento pós-debate contra Trump de que os "democratas médios" ainda estão com o Presidente, mesmo que alguns "grandes nomes" se estejam a virar contra a recandidatura.
A sondagem, publicada duas semanas após o fracasso do debate, concluiu também que apenas três em cada 10 democratas estão extremamente ou muito confiantes de que Biden tem capacidade mental para exercer eficazmente as funções de Presidente, uma ligeira descida em relação aos 40% de uma sondagem da AP-NORC realizada em fevereiro.
O comité de regras da Convenção Nacional Democrata reunir-se-á na sexta-feira para discutir planos para a confirmação de Biden por videoconferência como candidato, segundo carta enviada aos membros obtida citada pela agência noticiosa Associated Press.
Os co-presidentes do Comité Nacional do Partido (CNP), Leah D. Daughtry e o governador do Minnesota, Tim Walz, afirmam na carta que não pretendem um processo "apressado" e que a votação virtual não terá lugar antes de 01 de agosto, mas que pretendem realizar uma votação antes de 07 de agosto, 12 dias antes do início da convenção dos democratas em Chicago.
À exceção de 2020, devido à pandemia de covid-19, nunca antes um candidato dos principais partidos - Democrata e Republicano - foi nomeado eletronicamente.
Normalmente, os candidatos presidenciais recebem a nomeação oficial nas convenções partidárias.
O próprio ex-presidente Donald Trump foi oficialmente designado na segunda-feira como candidato do Partido Republicano no primeiro dia da convenção daquela força política que decorre em Milwaukee, no estado do Wisconsin.
O CNP tinha tomado em maio a decisão de nomear oficialmente Biden como candidato de forma virtual antes da convenção democrata, por o estado do Ohio obrigar os partidos a registar os seus candidatos presidenciais antes de 07 de agosto para garantir a sua presença nos boletins de voto no dia das eleições.
A situação mudou nas últimas semanas, desde que os legisladores do Ohio aprovaram uma lei que fixa no final de agosto o prazo para inscrição de candidatos, para que Biden, em teoria, pudesse ser nomeado na convenção do partido, como tem sido habitual.
Contudo, a campanha de Biden insiste que o partido deve operar sob as regras iniciais de Ohio para prevenir que os legisladores republicanos não recorram aos tribunais para manter o Presidente fora da votação.
[Notícia atualizada às 19h28]
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